-Muitos afirmam que existiu em Portugal um tempo dos 3 F's. Pois a RTP que já transmite de Fátima as cerimónias de Maio e Outubro, um ou outro espectáculo de Mariza ou Camané, fica na próxima época com o exclusivo em sinal aberto dos jogos da superliga de futebol. Na sequência duma outra polémica, defendi há uns tempos que a RTP deveria ser integralmente privatizada, mas se conseguirem explicar-me a necessidade de prestar um verdadeiro serviço público, que não possa ser contratualizado com privados aceitarei rever a minha posição. Para começar seria bom definir em rigor o que é serviço público, talvez por ser ignorante eu nunca percebi, mas sei que futebol não o será certamente. A simples existência da RTP já é a meu ver uma distorção da livre concorrência, para cúmulo paga com impostos do contribuinte para servir interesses do poder político, neste caso em concrecto, importa conhecer as implicações financeiras do negócio, a relação custo/benefício que o operador público de televisão irá retirar. Quanto custaram os direitos? Que mais-valias poderá a RTP arrecadar em publicidade, quando está limitada pelo contrato de prestação do serviço público? Ou existirá por trás deste negócio, porque não dizê-lo, uma vontade política de conseguir audiências em ano eleitoral, que serão pagas através de favores políticos editoriais nos noticiarios?