-Muitos têm afirmado que Manuela Ferreira Leite é uma pessoa cinzenta. Mas reparando na nova estratégia de comunicação, olho a foto e não posso deixar de esboçar um sorriso.
-Muitos têm afirmado que Manuela Ferreira Leite é uma pessoa cinzenta. Mas reparando na nova estratégia de comunicação, olho a foto e não posso deixar de esboçar um sorriso.
-O PSD deveria ter aprendido a lição nas legislativas de 2005, quando colocou os outdoors com o slogan "querem mesmo que eles voltem?" Aceito que uma organização como a JSD, por natureza as jotas demonstram sempre alguma irreverência, chame Pinóquio a José Sócrates, tenho mais dificuldade em compreender a posição de Manuela Ferreira Leite, que poderia ter respondido ao ministro Santos Silva com o silêncio, não comentando um cartaz, bastaria ter lembrado que a JSD goza de autonomia face à direcção nacional do partido. Temos ouvido falar insistentemente em campanha negra nos últimos dias, mas prevejo um futuro ainda mais negro para a actual liderança do PSD, ela sim, merecedora de pontuação máxima no índice do situacionismo, como demonstra a sondagem que será divulgada este fim de semana, apesar de José Sócrates viver o seu momento mais difícil na legislatura.
- Não é possível esconder dos portugueses, a actual líder do PSD não entusiasma os militantes, nem tão pouco grande parte das estruturas locais do partido que multiplicam rumores, fabricando semanalmente putativos candidatos alternativos, procurando por todos os meios evitar chegar às legislativas com Manuela Ferreira Leite, que apesar dos erros sucessivos da governação socialista não consegue aparecer nas sondagens como alternativa credível de governo.
-Por favor militantes do PSD, se querem que o vosso partido tenha o mínimo de hipóteses de vencer as próximas legislativas, então substituam a vossa líder o quanto antes, a senhora em cada vez que abre a boca deixa entrar mosca ou sair asneira. Na passada semana eram os jornalistas que não deveriam poder escolher as notícias que publicam, e muito pior, o PSD não avança com propostas para que o PS não aproveite colocando em prática as ideias, como se o partido não estivesse em permanência ao serviço dos superiores interesses do país. Hoje mais uma pérola linguística da Dra Manuela Ferreira Leite, "não se podem fazer reformas em Democracia contra as classes profissionais, em Ditadura a conversa seria outra, eu não sei se não seria preferível suspender a Democracia por 6 meses para colocar tudo na ordem", foram as palavras inacreditáveis da candidata a primeiro-ministro de Portugal. Volta Menezes, estás perdoado!
"Não pode ser a comunicação social a seleccionar aquilo que transmite", defendeu.
-Pretenderá Manuela Ferreira Leite colocar um comissário político do PSD em cada orgão de comunicação social, decidindo previamente o que pode ou não ser transmitido? Já tivemos um lápis azul, pretenderá a líder social-democrata instaurar um lápis laranja?
-Manuela Ferreira Leite vem pela primeira vez afirmar que governará o país em caso de vitória, mesmo que obtendo uma maioria relativa, e qualquer outro resultado que não seja o PSD ficar à frente do PS, significará uma derrota. Registo estas declarações para memória futura, não apareçam em caso de perda de maioria absoluta por parte do PS algumas cabeças sociais democratas a reclamarem uma vitória fantasma, já que segundo a líder da oposição, ou perde-se, ou ganha-se.
-Marcelo Rebelo de Sousa criticou ontem duramente a estratégia de silêncio sem apresentação de propostas alternativas por parte da actual líder social-democrata, Pedro Passos Coelho em entrevista hoje ao DN alinha pelo mesmo diapasão, se acrescentarmos as críticas semanais que Luís Filipe Menezes vai proferindo, diria que Manuela Ferreira Leite se encontra cada vez mais isolada, cercada junto dos seus próximos, mas longe de ter a certeza que será ela o rosto que enfrentará José Sócrates nas legislativas do próximo ano.
-Fazer oposição não significa obrigatoriamente dizer mal de tudo, mas apontar os erros da governação e mostrar alternativas. Criticar genericamente o programa de mega investimentos do governo é insuficiente, afirmar que o país não necessita da construção de uma nova auto-estrada Lisboa-Porto, é alertar para os riscos de desperdício dos poucos recursos disponiveis. É neste registo que o PSD se poderá afirmar, e começar a conquistar a confiança do eleitorado, e não remetendo-se ao silêncio táctico.
-Manuela Ferreira Leite fez ontem a sua rentrée política, proferindo o tão aguardado discurso, diga-se um bom discurso em termos de crítica ao governo, apontando erros. É a primeira tarefa da oposição, e ninguém a poderá criticar face ás preocupações que apontou, da economia á segurança. Mas uma coisa é apontar erros, divergir do executivo, o papel natural da oposição, outra bem diferente será construir uma alternativa, afirmar ao país não apenas que o caminho que está a ser seguido é mau, mas afirmar que existe outro melhor, e indicar qual. O próximo O.E. será já uma oportunidade de percebermos se a actual liderança do PSD tem algum projecto, ou está apenas passando o tempo, na expectativa que o poder lhe caia do céu.
-É o que se pode concluir do artigo de opinião, assinado por Luis Filipe Menezes, hoje no JN. Embora neste momento se represente apenas a si próprio, está longe de ser o único militante do partido a desconfiar duma liderança, que eleita por pouco mais do que um terço dos votantes nas últimas directas, se fechou sobre si própria, resguardando-se no seu núcleo duro de apoiantes, ignorando a representatividade dos seus adversários internos, e quase ostracizando as bases. O maior problema a meu ver, é que Manuela Ferreira Leite ao optar pelo isolamento, cria um distanciamento face aos problemas que afectam os portugueses no dia a dia, afastandodo-se do país real, as sondagens mostram que o PSD não se aproxima do PS, apesar do evidente recuo socialista, e da consecutiva perda de popularidade do governo. Mas, M.F.L. não capitaliza, porque não consegue entusiasmar ninguém, esperando sentada que o governo caia de maduro para cumprir a regra da alternância, sem apresentar uma alternativa, porque em rigor não a possui, apostando tudo numa imagem de credibilidade e competência, excessivamente sobrevalorizadas, porque no essencial subscreve as linhas mestras da política de José Socrates. E o pior cenário para a estratégia delineada, percebe-se, é a vitória do PS com maioria relativa, para a qual existe um plano B, que permitiria ao PSD, com uma mãozinha de Belém, reeditar um bloco central, possibilitando ao partido a satisfação de parte da sua clientela, precisamente a mais próxima da liderança, e dependente do estado, numa partilha de lugares com o aparelho socialista. Alguma coisa sempre é melhor que nada, pensarão na Rua de S. Caetano à Lapa, embora não o possam afirmar.
Adenda: Manuela Ferreira Leite já afirmou que faria a rentrée na Universidade de Verão, mas a direcção do partido apareceu hoje publicamente, para difundir um comunicado, exigindo a demissão do min. Rui Pereira. As críticas começam a surtir efeito, e o silêncio a tornar-se incómodo.
-Manuela Ferreira Leite foi a grande figura ontem á noite na festa do Pontal, sem que o seu nome tenha sido pronunciado, mas a sua estratégia de silêncio e ausência foi duramente criticada, por Ângelo Correia e Mendes Bota. Antevejo grandes dificuldades na mobilização dos militantes para as legislativas, M.F.L. não entusiasma, falta-lhe carisma, e tão pouco apresenta propostas ou critica o governo, estratégia que é questionada por muitos militantes. Mas ao que parece, indiferente a tudo e todos, imune ás críticas, o silêncio é mesmo para manter, á espera que a saturação do país face ao governo, coloque o PSD, partido da alternância, sem conseguir apresentar alternativa. Até porque M.F.L. partilha muitas das ideias do engº Socrates, pelo que a hipótese de constituição dum novo bloco central não pode ser descartada, nomeadamente se o PS ganhar as legislativas com maioria relativa, hipótese que agradaria ao actual inquilino do palácio de Belém.
-Manuela Ferreira Leite também não estará na tradicional festa do Pontal, nem em qualquer outra durante o mês de Agosto, reservando a rentrée para a Universidade de Verão do PSD, altura em que fará a sua próxima intervenção política de fundo. M.F.L. desfaz equívocos, não pretende participar em romaria no tradicional circuito populista da febra e sardinha assada, tão do agrado das bases do partido, reservando-se para as elites. Num PSD profundamente dividido, com sensibilidades multiplas, veremos como conseguirá depois entusiasmar e mobilizar os militantes, quando chegar a hora de afixar outdors, distribuir panfletos e de megafone em punho, em caravana apelar ao voto nas legislativas.
-Manuela Ferreira Leite não poderá deixar de apoiar Carlos Costa Neves nas próximas eleições regionais açorianas, marcadas para 19 de Outubro, embora tenha consciência que as mesmas não constituirão qualquer teste á sua liderança, Carlos César terá dificuldades identicas ás que Alberto João Jardim experimenta na Madeira, ou seja, nenhumas, a renovação da maioria PS é um facto praticamente adquirido, mais deputado, menos deputado. A especificidade do regime fiscal açoriano, os subsídios motivados pelos custos de insularidade, tornam diferente a realidade das ilhas face ao continente, aliadas a uma descentralização nem sequer permitem aferir qualquer voto de protesto á governação socialista no país, pelo que restará pouco mais a MFL que transmitir ao PSD/Açores o apoio institucional do partido. O país espera e quer ouvir de Ferreira Leite mais que palavras sobre os Açores, quer ouvir propostas alternativas á governação socialista, dizer mal por dizer mal não chega, é necessário apontar os erros, mas também o caminho a seguir.
-Manuela Ferreira Leite deslocou-se á Figueira da Foz para cantar os parabéns em dia de aniversário da JSD. Iniciando o discurso manifestando a intenção de não falar do Governo, por ser "impróprio" falar de "coisas tristes" em dia de aniversário, MFL limitou-se a umas quantas generalidades sobre política de juventude, já que teima em não apresentar uma única ideia alternativa á governação socialista, ontem aliás o semanário SOL avançava até com mais uma semelhança, ambos concordam na construção do aeroporto. Sem fazer oposição por ser dia de aniversário, e sem propostas porque apenas quer fazer oposição, ontem foi dia de descanso para a lider social democrata.
-E Manuela Ferreira Leite assumiu hoje de forma clara no discurso de encerramento do XXXI congresso do PSD que o partido continua fiel ao seu programa, tendo por objectivo assegurar em Portugal um regime democrático como forma de transição para o socialismo, estando a principal divergência face ao PS liderado pelo engº Socrates na forma de atingir tal disparate. Enquanto o actual governo pretende apostar nas obras públicas como motor do crescimento económico, aeroporto, TGV, Manuela Ferreira Leite aposta na racionalização de tais investimentos, para melhor forma em seu entender de implementação de políticas sociais, ou seja, continuar a prometer tudo para todos, sem traçar um único objectivo de reduzir a carga fiscal, que impede o consumo, trava o investimento e asfixia a sociedade. Sem outras alternativas crediveis no espectro político á direita do actual governo, resta-nos tal como a extrema-esquerda acreditar nos amanhãs que cantam, porque do futuro imediato, do curto prazo, nada de positivo poderemos esperar, as diferenças entre PS e PSD resumem-se a curriculos, credibilidade e perfis para manutenção das políticas que colocaram Portugal na cauda da Europa.
-Segundo escreve FAL hoje no DN, Manuela Ferreira Leite pretende apresentar no congresso uma moção que abre a porta a consensos alargados, não o afirmando expressamente, mas que deixa antever a possibilidade de reeditar um bloco central caso o PS não venha a dispôr de maioria absoluta. Trata-se a e meu ver dum erro de palmatória, desde logo porque coloca o PSD na posição de subscrever desde já muitas das propostas do actual governo, dificultando o papel do grupo parlamentar, ao qual pelos vistos M.F.L. pretende retirar algum protagonismo, e pior, não explicando aos eleitores em que medida nas legislativas um voto no PSD será diferente dum voto no PS, exceptuando obviamente a tradução desse voto na composição ministerial que daí resultaria. Mas com essa estratégia, alguns eleitores potencialmente votantes no PSD poderão até ser tentados a votar PS, afinal entre dois iguais será sempre preferivel um governo mais sólido e coeso, com apenas uma voz de comando, sem estar refém de estratégias e intrigas partidárias no quintal do vizinho, o que conhecendo o PSD nem serão muito dificeis de antever, ou até optarem pela abstenção, o que acabaria por beneficiar sobretudo os partidos mais á esquerda, PCP e BE que poderão assim ultrapassar com maior facilidade a barreira dos 20%, e também de certa forma, embora um pouco menos, o CDS-PP, que apesar das sondagens pouco favoráveis poderá obter um resultado idêntico a eleições anteriores, rondando os 8%. Manuela Ferreira Leite já começou a mostrar inclusivé sinais neste sentido, na passada semana, em pleno protesto dos camionistas, quando o Estado perdeu manifestamente autoridade, o que levou o primeiro-ministro a confessar que o país ficou vulnerável, a única intervenção política que ouvimos a Manuela Ferreira Leite foi vir a público ao lado do governo lamentar o resultado do referendo irlandês que rejeitou o Tratado de Lisboa.
PSD: Eleição da nova direcção parlamentar adiada para depois do Congresso
-É hora de mostrar quem manda, algo que o PSD há muito desconhecia, Manuela Ferreira Leite decidiu que as eleições para liderança do grupo parlamentar apenas deveriam ocorrer após o congresso, Santana Lopes decidiu manter a sua realização para dia 11, assim sendo não irão surgir candidaturas o que na prática representa o seu adiamento para data posterior ao congresso, até lá a líder eleita vai assumir a gestão política da bancada, nomeando quem assumirá a defesa do partido em cada momento. Começa bem!
Eleições do grupo parlamentar do PSD vão ser adiadas
-Embora Pedro Santana Lopes se tenha manifestado indisponivel para continuar na liderança do grupo parlamentar, bem a meu ver, Manuela Ferreira Leite solicitou o adiamento da eleição para data posterior ao congresso. Mais do que substituir á pressa quem quer que seja, é tempo de arrumar a casa, decidir quem é o quê, e deixarmos de ter uma posição do partido de manhã, outra á tarde e ás vezes uma diferente á noite, um discurso no parlamento e outro fora dele. Parece que estamos a começar uma nova era no partido, finalmente!
Santana Lopes convoca eleições no grupo parlamentar para 11 de Junho
-No rescaldo das directas coloca-se a questão parlamentar, quem irá suceder a Santana Lopes na liderança da bancada social-democrata? Manuela Ferreira Leite terá neste momento de lamentar, de resto á semelhança do seu antecessor, Luis Filipe Menezes, não ter integrado as listas concorrentes ao parlamento nas legislativas de 2005, o que a impossibilitará de travar debates quinzenais com José Socrates, tarefa que tudo aponta fique a cargo de José Pedro Aguiar Branco. Todos aqueles que aspirem a liderar o partido no futuro devem repensar eventuais indisponibilidades em 2009, a legislatura será longa, pelo que Rui Rio, Passos Coelho, Luis Filipe Menezes, Alberto João Jardim e mesmo Pedro Santana Lopes entre outros, face aos apoios que efectivamente dispõem no interior do partido, mesmo que não pretendam figurar como cabeças de lista devem assegurar a colocação em lugar elegível nos seus circulos eleitorais, ocupar o lugar no grupo parlamentar será uma outra questão, mas com a actual legislação eleitoral podem e devem aproveitar a possibilidade de estarem a postos caso surja a necessidade. Até porque a nova liderança eleita com menos de 40% dos votos dos militantes, tendo sido derrotada em alguns distritos, será obrigada a fazer concessões ás outras sensibilidades internas, sob pena de não conseguir mobilizar as estruturas e obter uma copiosa derrota em 2009.
Santana Lopes considera grave que Ferreira Leite admita que não votaria nele em 2005
-Manuela Ferreira Leite repetiu a asneira, já tinha escrito aqui e aqui, no início do presente processo eleitoral alimentou um tabu desnecessário sobre o seu voto em 2005, neste momento foi mais longe, afirmou que não votaria em Santana Lopes caso os boletins de voto fossem nominais. Não precisava sequer ter respondido a tal pergunta, bastaria ter afirmado ao jornalista que nunca tinha sequer pensado em tal cenário, que o nosso sistema eleitoral não o permite, e passar á questão seguinte. Em política os erros pagam-se caros, não sei a leitura que farão os militantes sociais democratas de mais esta gaffe da candidata, mas imagino que na hora da verdade, diante de Socrates nas legislativas de 2009 estes erros poderão sair bem caros quer a Ferreira Leite, quer ao próprio PSD.