-Anualmente por volta do dia 5 de Outubro Monárquicos e Republicanos discutem a natureza do regime, exaltando virtudes ou apontando vicissitudes em defesa das suas convicções. É comum afirmar-se que a Monarquia caiu de podre em 1910 e ninguém mexeu uma palha para a defender, mas a República está hoje no mínimo tão enferma quanto estava a Monarquia em 1910, apenas a U.E. impede algum aventureirismo militar mais exacerbado. A verdade é que somando os cem anos de República aos últimos cem da Monarquia, até posso recuar um pouco mais, já lá vão pelo menos duzentos anos com o país a apodrecer. Será apenas uma questão de regime, ou somos nós enquanto povo que não temos futuro? Queixamo-nos frequentemente dos políticos, mas elegemos para nos representar pessoas sem qualquer ética para o desempenho de cargos públicos, que nos compram votos com pão e circo, somos exigentes a reivindicar direitos e benesses, ambiciosos no padrão de vida que pretendemos obter, mas pouco dispostos a trabalhar para alcançar objectivos, sempre à espera que um D. Sebastião nos resolva os problemas, estando mesmo dispostos a ceder liberdade e soberania, o que fizemos no primeiro caso por mais de uma vez no século XX e no segundo mais recentemente, transferindo para Bruxelas o poder decisão sobre o nosso destino, a troco de subsídios a fundo perdido, que logo desbaratámos gastando à tripa forra, como se não houvesse amanhã.

   -Não tenho por hábito discutir República ou Monarquia, mas sou adepto de regimes presidenciais, executivos sem poder legislativo e parlamentos fortes. Observando com atenção o golpe de 1910, percebendo quem foram os seus autores, chego à conclusão que entre eles estavam alguns canalhas da pior espécie que este país já viu nascer. Nada há para celebrar a 5 de Outubro...

   -Sou adepto de regimes presidenciais, governos limitados ao poder executivo, deixando o legislativo à exclusiva competência do parlamento. O híbrido que temos não serve, a culpa nem será dos protagonistas, mas do regime constitucional vigente, que se presta a confusões e conflitos desnecessários, que em nada beneficiam o país.

   -Ninguém com elevado carácter e estatura moral renuncia à pátria, existem pessoas que perseguidas recusam voltar ao seu país durante um período de tempo, normalmente em resultado de perseguições políticas, o que não aconteceu de forma alguma neste caso, bem pelo contrário, Maria João Pires foi mais uma subsidio dependente, que torrou dinheiro do contribuinte em Belgais, e ficou incomodada por alguém ter fechado a torneira. Não está em causa a qualidade artística, mas uma birrinha lamentável. Não se esqueçam daqui a uns anos de condecorar mais este "vulto" da cultura nacional. 

   -Quero acreditar que esta notícia seja totalmente falsa, que embaixadas portuguesas por esse mundo fora não manchem a reputação do país, no Senegal ou em qualquer lugar onde exista uma representação diplomática.

    -A questão apenas existe em discussão, mas o governo português parece estar mais apressado que a administração Obama na resolução da questão sobre o que fazer aos prisioneiros de Guantanamo. Depois queixam-se do outro que se limitou a servir uns cafezinhos nas Lajes, estes não são melhores, estão já dispostos a dar o que ainda não lhes foi solicitado, sem condições ou negociações prévias, tudo para agradar ao Messias.

      -O governo aprovou hoje um pacote de medidas para combater a crise económica que o país atravessa. Reduziu o IMI em 0,1%, passando de 0,8 para 0,7% nos prédios mais antigos e 0,5% para 04% nos prédios comercializados a partir de 2004. Foi também aprovado um aumento á dedução em IRS com despesas de habitação para famílias cujos rendimentos tributaveis sejam inferiores a 40.000 Euros. A medida mais curiosa, embora já esperada é a chamada taxa Robin dos Bosques, que incide sobre os lucros obtidos pelas petroliferas na comercialização de reservas de stock, o que para lá da enorme dificuldade em quantificar levanta-me logo uma questão, caso o preço do petróleo venha a baixar poderão as petroliferas apresentar menos-valias? Quanto ao ISP nada, o governo continuará caso o petróleo continue em alta a arrecadar cada vez mais impostos cobrados nos vazios bolsos do contribuinte. Fora destas medidas concretas vem o discurso do costume, aposta nas energias renovaveis, menor dependência energética face ao petróleo, e um pacote de mega-investimentos. Por um lado apela-se a uma utilização mais racional do automovel, por outro anunciam-se novas estradas. O TGV e o novo aeroporto são inquestionaveis para o governo, mesmo que a economia e as finanças publicas os coloquem diariamente em causa. Reformas na Justiça, na Administração, na Saude e na Educação ficaram muito aquem do previsto. Entretanto anunciam-se algumas medidas em nome do chamado estado social sem grande impacto como forma de calar a contestação interna.

     -Amanhã realiza-se o debate do estado da nação. Aguarda-se com interesse relativo, o anuncio concreto das medidas de combate á crise internacional, anunciadas pelo primeiro-ministro José Socrates, durante a entrevista da passada semana á RTP. Alterações fiscais com IMI, dedução de encargos com habitação devem fazer parte do pacote, que segundo o ministro das finanças irão beneficiar cerca de 60% das famílias, acredito que amanhã á noite depois dos especialistas terem feito as primeiras contas, o ganho se traduza entre 50 a 100 euros anuais por família. Expectativa também quanto á taxa Robin Hood, certamente mais para empunhar bandeiras que para levar a sério, pela dificuldade em definir e quantificar lucros excessivos, dado que os lucros já são taxados. Espera-se ainda que o primeiro ministro faça a apologia dos mega-investimentos e das reformas adiadas, na Justiça onde o Código do Processo Penal e o Código Penal entraram em vigor, com efeitos perversos, mas o novo mapa judiciário tarda para não desagradar ás comarcas e autarquias, já que todos querem um tribunal no seu quintal, na Saúde onde Correia de Campos foi afastado para agradar á extrema-esquerda interna do PS, nomeando Ana Jorge para quem tudo o que á público tem virtudes, o privado é sempre mau, a educação, depois da determinação de Maria de Lurdes Rodrigues, uma manifestação atirou a avaliação de professores para as calendas, na administração pública, onde para lá do simplex, muita parra e pouca uva, embora tenha tido aspectos positivos, continuamos a receber pouco face aos custos de funcionamento do estado que não quer emagrecer, com excesso de burocracia, sobrecarregando-nos com impostos. Como triunfos podem reclamar o controlo do défice orçamental e o acordo do código do trabalho, embora  este seja um documento insipiente e de sinais contraditórios e pouco mais. A situação económica que atinge duramente famílias e empresas continuará ao sabor da conjectura internacional, porque o governo não preparou Portugal para o embate, recusa baixar impostos, mesmo o ISP que todos dias aumenta as receitas dos cofres públicos, enquanto os portugueses têm maiores dificuldades básicas de sobrevivência. O estado da Nação é mau, muito mau!