-Se a 3ª Travessia do Tejo tinha por objectivo a ligação ferroviária a Lisboa em alta velocidade, o seu adiamento implica irmos apanhar o TGV ao Poceirão? O país carece de explicações por parte do governo que se encontra cada vez mais à deriva...
-Se a 3ª Travessia do Tejo tinha por objectivo a ligação ferroviária a Lisboa em alta velocidade, o seu adiamento implica irmos apanhar o TGV ao Poceirão? O país carece de explicações por parte do governo que se encontra cada vez mais à deriva...
-Vítor Constâncio é a mais recente voz a alertar para o risco em avançar com as faraónicas obras teimosamente defendidas por José Sócrates. Mais vale tarde que nunca, mas registo que o ainda governador do Banco de Portugal, se prestou a vários fretes ao governo durante os últimos anos e apenas agora que está de partida consegue esboçar uma tímida tentativa de isenção face ao poder político...
-Mais um argumento a justificar a manutenção da Portela, que está longe do ponto de saturação, em lugar da arriscada aposta na construção do elefante branco novo aeroporto, que apenas servirá os interesses das construtoras do regime...
-Desesperados com o cepticismo dos portugueses face ao TGV, que lhes poderá custar votos e até a eleição no próximo dia 27, os socialistas acenam com o perigo de Portugal ficar sem acesso aos fundos comunitários, o número impressiona, são mais de 300 mil milhões de Euros que o país perde se decidir recuar no faraónico projecto da dupla Sócrates & Lino. Convenientemente omitem, o que não surpreende, a mentira faz parte do ADN deste governo, que os fundos comunitários representam cerca de 1/5 do orçamento previsto, os restantes 4/5 saem do bolso do contribuinte, acrescido dos custos com derrapagens, juros e imprevistos, que sempre acontecem nas obras públicas em Portugal.
Adenda, onde se lê 300 mil milhões de Euros, deve ser lido 300 milhões.
-Imagine o estimado leitor que é oferecido um financiamento de 100 mil Euros a alguém que aufere um rendimento mensal de mil Euros, que lhe cobrem à justa a prestação da casa e carro, restando pouca margem de manobra para despesas correntes, com a contrapartida do indivíduo se endividar em 400 mil Euros, os quais terão de ser pagos, acrescidos dos juros respectivos, para adquirir uma propriedade de 500 mil Euros. Confuso? É mais ou menos a situação em que Portugal fica se o PS vencer as eleições e avançar para a construção do TGV, como cereja em cima do bolo, coloque o aeroporto de Lisboa.
-Durante o debate ontem à noite, Francisco Louçã teve por um momento José Sócrates à mercê, quando poderia ter apertado mais o primeiro-ministro com o ruinoso negócio para o Estado português com a Liscount, ao prolongar por ajuste directo a concessão do Terminal de Contentores em Alcântara. Não aproveitou o líder do BE, preferindo questionar também a concessão da Auto-Estradas do Centro, fez mal e saiu a perder, afinal a concessão não se encontra adjudicada, os concorrentes estão notificados do facto desde 13 de Agosto. Mário Lino, o ministro que Jamé o deveria ter sido, até andava calado para evitar dizer disparates, voltou a dar sinais de vida.
-Sabemos que António Costa e José Sá Fernandes concordam com o governo, mas será que Helena Roseta mantém a opinião sobre o terminal de contentores de Alcântara?
-A conclusão final da auditoria ao contrato de exploração do terminal de contentores de Alcântara, efectuado com a empresa Liscont, do grupo Mota-Engil, sem concurso público e alargando a concessão por mais 27 anos, é demolidora, considerando o negócio ruinoso para o Estado, sem levar em conta o interesse público, nem sequer foi elaborado com base numa previsão realista, que resultará em indemnizações futuras à Liscont, pagas com dinheiro do contribuinte. É desta forma, que pretendem comprometer o país com projectos megalómanos, como o aeroporto e TGV, caso o PS vença as próximas legislativas, cuja urgência e viabilidade económica, também está suportada e documentada em estudos, mas querem mesmo continuar a acreditar na palavra desta gente? Convém recordar a defesa desta negociata feita no Prós & Prós por José Sá Fernandes, com a cumplicidade de António Costa.
-Um verdadeiro regabofe, assim é o maravilhoso mundo do investimento público nas obras, maiores ou menores, sucedem-se empreitadas sem qualquer verificação.
-O governo descobriu no ajuste directo, uma forma de contornar os sempre aborrecidos e maçadores concursos públicos. Mário Lino é o grande expert na matéria, do Magalhães ao terminal de contentores em Alcântara, está em todas, convém no entanto relembrar que a extensão do contrato de concessão à Liscont, pertencente à Mota-Engil de Jorge Coelho, foi brilhantemente defendida pelo "Zé" no Prós & Prós, com a cumplicidade de António Costa, e apoio de José Miguel Júdice.
-O aumento da contestação às grandes obras públicas, obrigou o governo a adiar os mega investimentos que pretendia lançar com pompa e circunstância no final da legislatura. Para dar o dito pelo não dito, ninguém melhor que o ministro Mário "Jamé" Lino, um verdadeiro especialista na arte de se contradizer, e que até já confessou não ter idade para continuar no governo, mesmo que o PS venha a vencer as próximas legislativas. Agora foi a vez de adiar o concurso para a construção do NAL para depois das eleições. No dia 27 de Setembro será também isto que estará em causa, manter um governo que irá fazer avançar todas as obras em simultâneo, a tal conversa do investimento público que modernizará o país, pena que após o CCB, Expo98, Casa da Música, Pte V.Gama, EURO2004 e uma rede viária de fazer inveja a países bem mais desenvolvidos, continuemos na cauda da U.E., ou parar para reflectir, reavaliar, e avançar apenas à medida das nossas possibilidades. Pessoalmente escolherei esta última hipótese, veremos na altura o que pensam os portugueses.
-Alguém será capaz de classificar Daniel Bessa, Augusto Mateus, Silva Lopes, Henrique Neto e até Luís Campos e Cunha, antigo ministro das finanças de José Sócrates no actual governo, como perigosos neoliberais, opositores do investimento público? Fazem parte do grupo de prestigiados economistas, oriundos de vários quadrantes políticos, que apelam ao governo para reavaliar as opções pelas grandes obras. Campos e Cunha deixou no ar a questão, "fará sentido construir uma 3ª auto-estrada entre Lisboa e Porto, em simultâneo com o TGV?
-Portugal tem uma dívida externa crescente que já atinge 100% do PIB, e que leva o antigo ministro de António Guterres e destacado militante socialista, João Cravinho, a afirmar que o país se encontra à beira do precipício, e que a ligação Lisboa-Madrid em alta velocidade será sempre economicamente insustentável, pelo que apenas uma opção política para a qual o país não tem recursos poderá justificar a sua construção, ao contrário do traçado Lisboa-Porto, para o qual existirá viabilidade económica. Indiferente aos custos, o governo pela voz de Mário Lino vem dizer que o calendário é para manter, a factura do colossal desastre económico ficará para governos e gerações futuras, muito provavelmente quando todos estes senhores estiverem sentados nos Conselhos de Administração das empresas construtoras a quem forem adjudicados os investimentos faraónicos.
-O engº João Cravinho, considera ruinoso o projecto TGV Lisboa/Madrid. Não é um qualquer profeta da desgraça, trata-se do ministro responsável pela pasta no governo socialista de António Guterres. Terá o engº Sócrates legitimidade para endividar os portugueses durante décadas, por pura teimosia numa opção política?
-A frase acima não foi retirada do discurso de Paulo Rangel ou Manuela Ferreira Leite, nem sequer pertence a um perigoso "neoliberal", como gostam os socialistas de apelidar todos os que cometem a ousadia de questionar os custos dos mega investimentos, antes pelo contrário, a frase é um excerto das declarações do engº João Cravinho, ilustre militante do Partido Socialista.
-É muito fácil realizar cerimónias de lançamento de obras, difícil mesmo é fazer com que saiam do papel.
-Má gestão? Segundo a lógica do governo a Estradas de Portugal terá reforçado em 41 milhões de Euros o investimento público inicialmente estimado em apenas 30 milhões. O dinheiro que foi gasto em excesso deverá ter criado emprego, e sido redistribuído por diversas PME's locais, gerando riqueza que certamente será fiscalmente tributada. Não tenho dúvidas que este cenário se repetirá nas obras faraónicas, aeroporto e TGV, a verba envolvida é que será infinitamente superior.
-Mais um argumento a favor dos que como eu, questionam a necessidade de construir o faraónico aeroporto. O único congestionamento que a Portela corre o risco de vir a sofrer no futuro, será o automóvel, após a construção que inevitavelmente se seguirá, face ao apetite imobiliário que a zona desperta.
-Mais um argumento a favor dos mega-investimentos, neste caso o faraónico aeroporto de Lisboa. Com a TAP a diminuir mais uma vez o número de voos, a Portela estará mesmo perlo da saturação? Ou será o apetite imobiliário pelos terrenos do actual aeroporto que está cada vez maior?