-Podem não conseguir resolver os problemas económicos do país, mas temos de reconhecer a eficácia dos executivos socialistas atribuindo jobs aos boys and girls que os servem. José Sócrates apenas fica aquém das nomeações de António Guterres, o que revela bem a forma como o PS encara o Estado.

   -Adivinhe o estimado leitor em que país alguém é afastado das funções que exerce, por excesso de isenção e imparcialidade? Dou uma pequena ajuda, não aconteceu no Zimbabwe nem no Burkina Faso, mas num lugar onde a administração pública não serve o bem comum e sim os interesses do admirável líder...

   -Com a economia portuguesa atravessando dificuldades, cidadãos e empresas sobrecarregados de impostos, é uma imoralidade lermos que o Governo errou mais uma vez na Saúde com as parcerias público/privadas, volta Correia de Campos, remetam Ana Jorge para uma qualquer direcção clínica, não temos de ser nós a pagar a factura para calar Manuel Alegre. Na mesma linha ficamos a saber que as Universidades públicas também contribuem para o regabofe do dinheiro do contribuinte. O Estado em todo o seu esplendor, é um fartar vilanagem...

   -O Ministério do Ambiente perde em Tribunal metade dos recursos judiciais contra as coimas aplicadas a particulares e empresas por infracções ambientais. A caça à multa tem destas coisa, em busca de dinheiro fácil, existe quem não se conforme e recorra às Leis, o Estado paga as custas, e gasta horas de trabalho de vários funcionários e serviços em vão. Presumo que uma parte da falta de produtividade na administração pública, está explicada, e não deve ser apenas neste ministério. Onde está a reforma anunciada pelo actual governo?

    -Em ano eleitoral, com o PS a mostrar sinais de dificuldade em conseguir repetir a maioria absoluta, pelo menos segundo as sondagens, considero uma total irresponsabilidade negociar o RCTFP agora. A tentação de conquistar o voto dos funcionários públicos é grande.

    -Os dirigentes da administração que não cumprem as suas obrigações devem ser afastados, nada tenho pois a opor à substituição agora confirmada pelo Ministério das Finanças, caso se confirmem as irregularidades que estarão na base da decisão. No entanto convém recordar que estamos em período pré-eleitoral, espero que não exista aproveitamento da agência de empregos Partido Socialista S.A., para colocar alguns dos seus boys a viverem à custa do contribuinte nos próximos anos, gostaria de acreditar que estão a ser utilizados critérios de competência, e não partidários na substituição dos dirigentes que agora cessaram funções.

       -O excesso de funcionários públicos e a desejável redução do peso da administração não podem ser feitos de forma indiscriminada. Por existir um excesso de professores, tal não significa que também exista um excesso de juízes. Se uma repartição possuir um quadro de pessoal superior às suas necessidades, não deverá proceder de forma a ver partir os mais qualificados, parece-me demasiado óbvio.

        -Vou passar completamente ao lado do subsídio de desemprego e suas regras, por não ser a questão aqui colocada em causa, mas o funcionamento dos centros de emprego do I.E.F.P., mais um instituto público, que tal como tantos outros funciona mal, mas nem por isso deixa de contribuir para os enormes gastos do contribuinte com a administração, que tarda em ser reformada. É no mínimo estranho que muitos beneficiários a quem foi retirado o subsídio de desemprego, apresentem a mesma justificação, a falta de notificação, a qual é enviada via CTT em correio normal, sem registo, logo sem possibilidade de provar o envio por parte da segurança social, e mais bizarro ainda, que para justificar a falta, os desempregados sejam obrigados a solicitar uma justificação aos CTT, em como não entregaram uma carta que supostamente se extraviou. Estamos em 2008, existe internet, SMS's, telefone, e as convocatórias são enviadas através de correio normal, sem registo nem aviso de recepção. Não há simplex, nem choque tecnológico, a segurança social ainda funciona de modo artesanal.

        -Está visto que as novas regras dos concursos públicos, que constam do CCP, desagradam aos visados, o que por si só justifica a entrada em vigor do código, pois todos sabemos o verdadeiro regabofe que tem parasitado os multiplos tentaculos do estado português nos últimos 34 anos, do poder central ao local, passando por empresas publicas, direcções, institutos, autoridades, entidades e afins, é um fartar vilanagem, salve-se quem puder, muitas vezes com resultados duvidosos, outras tantas com encargos não cumpridos, resultando quase sempre no final, prejuízo para o contribuinte. Adiante veremos os resultados obtidos através do CCP, pior do que até aqui será francamente dificil.