-Sempre tive de Jorge Coelho, uma boa opinião pessoal, divergências políticas á parte, enfrentou com dignidade o trágico acontecimento de Entre-os-rios, assumindo responsabilidades políticas de imediato, não se escudando nos tradicionais inquéritos e averiguações que costumam dar em nada, nem mostrou á época qualquer apego ao poder. Irá agora assumir funções executivas na Mota Engil, uma empresa de obras públicas, cliente do estado. Eu se fosse dono da empresa, também procuraria recrutar os melhores, não me causa pois qualquer estranheza ou repulsa, esta situação, como a de Ferreira do Amaral na Lusoponte, ou outras, sob a qual os mesquinhos, invejosos e mediocres da nossa praça, costumam lançar as maiores suspeitas, e teorias da conspiração. Entre os quais muitos socialistas, que criticaram abertamente Ferreira do Amaral, diga-se. O importante não é criar legislação avulsa, procurando alargar o leque de incompatibilidades, e sim escrutinar publicamente as decisões políticas, e dotar o sistema judicial de instrumentos, que possam detectar eventuais práticas de corrupção, e penalizar efectivamente os infractores. Quanto aos competentes, honestos e pessoas de bem, deixem-nos contribuir para o desenvolvimento do país e parem com a lamechisse. Não estou a julgar o caracter de Jorge Coelho, nem tão pouco a sua competência, essa análise cabe a todos nós, quando vai a votos, ou á Mota Engil, quando resolve contratá-lo, mas não poderia ficar calado, quando já vi por aí, os boateiros do costume, a prepararem julgamentos de caracter, a não ser que tenham adquirido algumas acções, isto é matéria que lhes diz tanto respeito, quanto o sítio onde irei jantar logo á noite. Nem Jorge Coelho precisará que o defendam, diga-se!