-Dados fornecidos pela própria CGTP, apontam um decréscimo de 4,3% apesar do conjunto dos trabalhadores por conta de outrem ter crescido 3,2%. No entanto a central sindical teima em atribuir culpas á precaridade laboral, deslocalização de empresas e redução do número de serviços públicos. Quanto á deslocalização de empresas é uma falsa questão, pois a própria central reconhece ter crescido 3,2% o número de trabalhadores por conta de outrém, a sua base de recrutamento, no encerramento de serviços públicos podem encontrar alguma explicação, pois é no estado e na função pública que os sindicatos ainda têm uma réstea de representatividade, no sector privado cada vez são menos os trabalhadores que se filiam em sindicatos, a desculpa da precaridade é assobiar para o lado, existem muitos trabalhadores sem vinculos precários, mas que não encontram interesse em aderir a estas organizações, nomeadamente os mais jovens, porque não encontram um discurso moderno e atractivo, é sempre a velha história da luta de classes, o discurso trauliteiro contra os patrões, inspirado pelo PCP, e utilizado de acordo com os timings politicamente convenientes na Soeiro Pereira Gomes. Existem de facto problemas laborais e sociais, quando um dia, as organizações sociais perceberem que devem olhar para os reais problemas dos trabalhadores, deixando a política para os partidos, talvez consigam ser olhados de outra forma pelas novas gerações de trabalhadores, no actual quadro de dirigentes sindicais, tal não me parece ser possivel, e não é uma falha apenas da CGTP, mas os sindicatos devem perceber a realidade, a melhor forma de defender os trabalhadores é colaborar no aumento do número de empregos, e não criar uma fortaleza na defesa dos direitos de alguns interesses corporativos instalados, esquecendo todos aqueles que não conseguem sequer um emprego, apostar na formação dos seus filiados, apoiando também os que por qualquer motivo ficaram sem trabalho. Caso persistam no modelo actual, daqui por uns anos não terão qualquer representatividade, é uma questão de escolha dos próprios.