Talvez muitas pequenas e médias empresas se tivessem aguentado, e não fossem obrigadas a encerrar portas...
Cristina Ribeiro a 23 de Julho de 2009 às 18:38

Esse é o ponto, e sabemos que as PME's são responsáveis por grande parte do emprego em Portugal, e não a Qimonda, Autoeuropa ou Mota-Engil...

Nem era preciso optar pela descida dos impostos. Bastava não os ter aumentado e ter optado pela descida da despesa.
Jorge Assunção a 23 de Julho de 2009 às 21:50

Caro António de Almeida:
Suponho que não ignora que o número de desempregados só aumentou depois do desencadear da crise económica. O título é, pois, a meu ver incorrecto. Talvez "Esta notícia tem o rosto da crise" fosse mais objectivo. Cumprimentos
Francisco Clamote a 23 de Julho de 2009 às 21:58

Caro Francisco Clamote
Tem razão quando afirma que o desemprego apenas aumentou após a crise, não me tente no entanto convencer da bondade do embuste, porque foi um embuste, que foi a promessa eleitoral da criação de 150 mil novos postos de trabalho. No entanto, continuo convencido que a carga fiscal excessiva, é directamente responsável pela diminuição do número de empregos, a questão é, aceita o Estado diminuir a receita, mas também as despesas sociais inerentes, que deixam de ser necessárias, ou pelo contrário, prefere uma política de misericórdia, encerrando empresas? E nem vou falar das normas necessárias para manter actividade, é que até sei do que falo, não costumo é escrever sobre casos concretos, mas sempre lhe vou dizendo, com uma TSU mais baixa, eu teria criado mais um posto de trabalho, garanto-lhe que não sou o único...

Publicado por Ricardo Reis a 3:59 em Economia, Finanças Públicas, Pensamento Político, Política Nacional

Na minha coluna deste próximo Sábado no i discuto o caminho previsível da despesa pública (carinhosamente apelidada “o monstro” por Cavaco Silva) no seguimento do défice nas contas públicas.

Para escrever a coluna consultei um dado simples para medir o tamanho do monstro: o rácio dos gastos do Estado em consumo público em relação ao PIB. Reuni dados desde o início de 1986 e calculei a taxa anual de crescimento do monstro durante 4 períodos: os governos de Cavaco, Guterres, Durão-Santana, e Sócrates. O que descobri, sinceramente, surpreendeu-me.

O período de maior crescimento do monstro foram os anos em que o PSD estava no poder, com Durão Barroso e Santana Lopes: 0,350,61% por ano. Segue-se Cavaco (0,35%), e só depois Guterres (0,20%) e por fim Sócrates (0,11%). Quer dizer, o grande alimentador do monstro é o PSD, que supostamente é o partido mais à direita e fiscalmente mais responsável em Portugal. E o inventor do termo, numa crítica à governação de Guterres, afinal alimentou mais o monstro do que qualquer governo PS.

O que explica isto em Portugal? Não conheço bem a realidade política no país; pode-me alguém explicar afinal qual é o partido que defende e pratica o corte no tamanho do Estado? Ou estou a perceber mal as divisões políticas, e afinal a diferença entre as preferências dos partidos está na composição da despesa e não no seu tamanho?

(Nos EUA nos últimos 25 anos, a despesa pública durante Clinton foi em média semelhante à durante Reagan e os dois Bush. Por isso, hoje em dia a maioria dos politólogos não distinguem os dois partidos em termos do tamanho do Estado, mas antes na composição da despesa, mais militar no caso dos republicanos e mais no Estado-Providência no caso dos democratas. Isto parece estar rapidamente mudar com o plano de Obama de aumentar o Estado no sector da saúde.)

Uma nota final: Não é minha intenção entrar no debate político de quem é melhor ou pior, mais sério, ou menos determinado. Coloco esta questão, neste espaço de debate, apenas para tentar perceber este facto importante da economia política em Portugal nos últimos 20 anos.

Economista555 a 24 de Julho de 2009 às 00:52