-A legislatura que agora termina não deixa saudades, foram anos perdidos pelo país. Se tivesse de resumir a governação do engº José Sócrates numa só palavra, seria a mentira, logo desde o ínício, com o bizarro episódio do défice estimado, apenas possível graças à cumplicidade do governador do Banco de Portugal. De então para cá, a mentira continuou imagem de marca, basta relembrar o Magalhães que era um computador genuinamente português, que afinal não passava do PC Classmate, o relatório da OCDE, que afinal havia sido encomendado segundo os parâmetros, os painéis solares que são apenas bombas de calor, etc. Também a propagada capacidade de decisão está manifestamente exagerada, o aeroporto da Ota passou para Alcochete, o TGV deixa muitas dúvidas, a reforma da saúde foi abandonada, cedendo à crítica interna de Manuel Alegre, o simplex continua pouco simplex, a reforma da administração pública está por fazer, na educação foi comprada um guerra sem resultados práticos, e para cúmulo os impostos até subiram. Pior, a despesa corrente do Estado está completamente descontrolada, consumindo hoje metade da riqueza nacional, e como se não bastasse, o endividamento atinge níveis insustentáveis, com tendência de crescimento. A tudo isto, e já não é pouco, adicionemos episódios pouco dignificantes para um estadista, licenciatura, Cova da Beira, casinhas da Guarda, Freeport, poderá obviamente existir alguma má vontade, calúnia e oportunismo para alguém orquestrar uma campanha negra, mas será tudo mentira? Portugal precisa urgentemente de mudar o rumo, e terá a 27 de Setembro uma hipótese para o efeito, e recuperar alguma da credibilidade perdida.