La démocratie donne toute sa valeur possible à chaque homme, le socialisme fait de chaque homme un agent, un instrument, un chiffre. - Alexis de Tocqueville
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Fev 09
publicado por António de Almeida, às 10:13link do post | comentar

    -A questão da eutanásia nunca foi pacífica, misturando argumentos éticos, religiosos e alguns interesses. Por um lado a legalização de tal prática poderia levar à diminuição dos gastos do Estado com cuidados paliativos, pessoalmente preferia outro modelo de saúde, mas vou colocar a questão no âmbito da realidade existente em Portugal, por outro serviria para abrir portas sobre as quais tenho dúvidas, muitas dúvidas. Considera-se eutanásia a morte medicamente assistida a pedido do próprio ou seu familiar, vamos por partes, a pedido do próprio, se me perguntarem hoje, se pretenderei que algures no futuro me prolonguem a vida, em condições de sofrimento, respondo já que não, o futuro é sempre um lugar distante, mas quem garante que uma vez no leito de morte, não me agarrarei à vida? Em 2003 perdi um amigo, em agonia, com uma doença oncológica em fase terminal, a poucos dias da morte falava em melhorar ligeiramente, para tentar assistir ao concerto dos Stones em Coimbra. Homem sem qualquer fé religiosa, tenho a certeza que jamais solicitaria a eutanásia, mas, e se alguém o fizesse por ele? Também sabemos que a morte de alguém pode trazer benefícios a familiares, heranças por exemplo, será legítimo permitir que tal aconteça? Tenho menos dúvidas no caso mundialmente conhecido de Ramón Sampedro, que estaria na posse de todas as suas faculdades, se é que as psicológicas se pudessem considerar intactas, mas concedo o benefício da dúvida que o próprio teria condições mínimas de decisão. Mas quantos casos existem equiparados? Quer-me parecer que a legalização da eutanásia permitirá sobretudo aliviar o sofrimento de familiares, a questão que se coloca a meu ver é, e teremos nós tal direito enquanto sociedade? Quem deposita familiares nos Hospitais, e depois os abandona, certamente responderá que sim, mas a maioria pensará o mesmo? E se for consigo? Já pensou em tal hipótese?


Já! Não me prolonguem a vida.
Blondewithaphd a 12 de Fevereiro de 2009 às 16:26

Cara Blonde

Hoje sem problemas direi o mesmo. Mas será que um dia, numa cama, continuarei a dizer o mesmo? Sinceramente, não sei. E será que alguém terá direito a dizer algo por mim? Aí, julgo que não!

Caríssimo,
Eu espero mesmo é que alguém tenha o bom-senso de, vendo-me incapacitada, dizer isso por mim. Aliás, eu só ainda não testamentei essa intenção por estúpida falta de tempo que é sempre a decisão idiota para o protelamento das coisas.

Cara Blonde

Não pretendo personalizar a questão, repare no entanto que chamo atenção no post , atribuir à família o poder de decisão, pode abrir portas a interesses moralmente duvidosos, para não ir mais longe, não estou a dizer que esta observação se aplica a si, nem pretendo contestar a sua convicção.

"E será que alguém terá direito a dizer algo por mim? Aí, julgo que não!"

A questão não é se alguém deve dizer, pois existe sempre alguem que o diz, mas se deve ser a familia ou a sociedade?
Stran a 8 de Julho de 2009 às 18:58

Concordo com a sua abordagem, António: Serena e realista.
Abraço,
João Távora a 12 de Fevereiro de 2009 às 16:35

Obrigado, caro João Távora.

bOas...

eu e falo apenas no meu caso pessoal, preferia que me desligassem da "máquina" do que me prolongarem o sofrimento.
Quanto aos outros não sei, é uma decisão pessoal.
Se será a mais acertada, só cada um poderá falar por si.
abr...prof...
NuNo_R a 12 de Fevereiro de 2009 às 23:55

O Nuno agora pensa assim, pensamos todos. Provavelmente os que se encontram em sofrimento também o pensaram, será que na hora da verdade, em pleno sofrimento, continuaremos a pensar da mesma forma? Ou alguns procuram agarrar-se à vida?

Bom dia,
Falando no meu caso pessoal, a questão que se coloca não tem a ver com o que se faz ou o que se quer na hora da verdade, mas sim, se na dita hora da verdade, se se tem apoio para se poder escolher condignamente.
Já se sabe que é de nossa natureza legitima lutar até ao último momento pela nossa sobrevivência. A questão é se no último momento temos ou não liberdade de escolha para podermos optar por uma partida prolongada e agonizante ou, tranquila e com a dignidade merecida.
Convido-vos a visitar o meu blog: www.argonauta-argonautics.blogspot.com
Obrigada
RuthRafaela a 17 de Março de 2009 às 11:26

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