-Como defendi aqui, e depois aqui, prefiro o referendo do que utilizar a questão do casamento homossexual como luta política. Está em causa a resolução de problemas concretos, de pessoas reais, como heranças, assistência na doença e outras, não vale a pena fechar os olhos nem enterrar a cabeça na areia, como se a situação não existisse, pessoalmente defendo uma união civil contratualizada, registada num cartório notarial, a um casamento civil, mas respeito quem tem outro ponto de vista, continuo no entanto a pensar que a melhor solução é mesmo referendar, face à total incoerência e incapacidade dos partidos em lidar com a questão, seja o PS por não a ter incluído no seu programa eleitoral, ou o PSD que para dar uma de modernidade, oficialmente é contra, mas concede liberdade de voto aos seus deputados, os quais deveriam representar os pontos de vista de quem os elegeu, mas obedecem quase sempre ao directório partidário, sendo até constantemente substituídos por desconhecidos. Se questionarmos as pessoas, chegaremos à conclusão que praticamente todos os portugueses desconhecem quem é o deputado que os representa, assim sendo, porque não deixar estas matérias para a sociedade resolver?
Prefiro mil vezes uma decisão através dum referendo pouco participado e não vinculativo, mas respeitando a decisão da maioria dos eleitores que se interessaram pelo assunto, do que utilizar tácticas partidárias eleitorais, por deputados que não representam ninguém, à excepção da direcção do seu partido.
Actualização: Pelos vistos Manuel Alegre discorda da posição do PS nesta questão, mas sem colocar em causa o problema da disciplina partidária, que retira autonomia ao deputado, colocando autómatos no parlamento, posição defendida por António José Seguro, que gostaria que a liberdade de voto passasse a regra, e não excepção.