-A Soflusa, empresa de transportes cujo capital é detido na totalidade pela Transtejo, a qual por sua vez é uma empresa privada de capitais públicos, tal como outras empresas de transportes a operarem nas áreas metropolitanas, prestando serviços públicos em regime de exclusividade sem concorrência, está como outras á mercê da chantagem sindical. Não questiono o direito á greve, mas registo que nestas empresas os sindicatos detêm um poder do qual foram arredados, felizmente para o país, na generalidade dos sectores económicos, pois sabem que as empresas mesmo que deficitárias jamais poderão encerrar, o serviço que prestam á comunidade não poderá ser extinto, os postos de trabalho não serão ameaçados, o pagamento de salários não será colocado em causa, porque sendo os capitais públicos, existirá sempre o dinheiro do contribuinte, sem olhar a deficit ou dívida pública, para suportar os prejuízos que a irresponsabilidade sindical possa causar. O desplante é de tal ordem, que os maquinistas fazem greve num período, e os apanha-cabos no período imediatamente subsequente, por forma a prolongar a paralisação no mais descarado oportunismo, com total falta de respeito pelos utentes, sempre os mais penalizados nestas ocasiões. Fossem estas empresas privadas, que as regras do jogo não seriam bem as actuais, razão pela qual o PCP e o seu braço sindical CGTP, se opõem à privatização de empresas desde sempre. Sabem que tal significa inevitavelmente o fim da coutada.