-Ontem vi no telejornal da RTP 1, uma reportagem que dava conta dos investimentos espanhois realizados na produção de azeite, no Alentejo entre Beja e Serpa, aproveitando a proximidade do Alqueva, que segundo os próprios favorece a plantação de olival. Hoje li algures que o casino de Chaves, aposta na proximidade com Espanha, para atrair clientes. Li ainda, que em Valença, a criação dum polo logistico, está a atrair investidores da Galiza, ligados ao sector automóvel. Estas 3 notícias, só aparentemente não estão relacionadas entre si, ainda ontem Luis Filipe Menezes, lider do PSD, numa atitude bem portuguesa, reclamava que o estado deixasse de cobrar IRC, como forma de combater a desertificação interior, e promover o desenvolvimento. Também passa por uma questão de mentalidades, o que significa dificuldade para os portugueses, representa oportunidade para os espanhois, por não estarem habituados a depender do estado, mas de si próprios. Mais do que subsídios ou isenções fiscais, o combate á desertificação deverá ser feito instalando no interior serviços prestados pelo estado, não criados propositadamente, é óbvio, e sim deslocalizando na medida do possivel do litoral para o interior, universidades por exemplo, laboratórios e institutos, os quais ainda teriam a virtude de atrair massa cinzenta, que tanto tem fugido das cidades do interior. Naturalmente para tal, seria necessário coragem, e vontade política, de contrário, daqui a uns anos, sem qualquer invasão, ouviremos falar castelhano na maior parte do território nacional, sem ser necessária qualquer invasão, união ibérica, ou qualquer atitude de força, e não me venham falar em regionalização para combater o problema, primeiro fixem-se populações, antes que seja efectivamente um deserto, ou que a fronteira se aproxime cada vez mais do litoral.