La démocratie donne toute sa valeur possible à chaque homme, le socialisme fait de chaque homme un agent, un instrument, un chiffre. - Alexis de Tocqueville
14
Mai 08
publicado por António de Almeida, às 16:31link do post | comentar

Acordo Ortográfico vai ao Parlamento na sexta-feira

      -Aqui está mais uma razão pela qual não me revejo no sistema político português. Eleger um grupo de deputados numa lista e considerá-los mandatados para decidirem por mim sobre todas as questões que me interessam, sem que eu tenha sequer hipótese de saber o que pensam os candidatos dos vários partidos que concorrem no meu circulo eleitoral é um abuso. Nenhum deputado que defendesse um acordo ortográfico conseguiria o meu voto, mas é claro, não existem em Portugal circulos uninominais, pois tal não convém aos partidos políticos. Entretanto fica um conselho para assinarem a petição contra o acordo a qual já vai em mais de 30 mil assinaturas.


Sim ao acordo, não ao imobilismo e ao fechamento.
gwb a 14 de Maio de 2008 às 16:45


Também não vejo nenhum problema no Acordo. Afinal não é esta a primeira vez que se altera a ortografia "na secretaria". Durante o séc.XX várias simplificações nos afastaram cada vez mais do Latim, sem causar esta (mini) vaga de indignação.

Será por estarmos a ficar velhos e decadentes (como povo)?
Será devido ao aumento do nível de escolaridade no país?
Pedro C. a 14 de Maio de 2008 às 17:00

António Almeida
Já assinei e subscrevo o teu post.

Abraço

Alguém disse:

"Não tenho conhecimento de que os Ingleses tenham feito algum acordo ortográfico com os outros países anglófonos. Será que são menos inteligentes por isso??"

E não poderia concordar mais.
É triste o país em que vivemos, sempre a fazer a vontade aos interesses estrangeiros...


P.S.: Também já assinei a petição.
Rui a 14 de Maio de 2008 às 20:48

Ainda não assinei, estou para o indeciso, discordo de algumas das razões evocadas no abaixo assinado.

Não compare o português com o inglês. O inglês é a língua de comunicação universal. Todos os manuais estão traduzidos nessa língua e quando se encontram duas pessoas de línguas distintas, a língua escolhida para se comunicarem não será certamente o português, mas o inglês. E quanto à versão dos EUA, está a ganhar terreno relativamente à versão do Reino Unido, embora haja muitos outros países de língua inglesa (COM A LÍNGUA INGLESA JÁ CIMENTADA, AO CONTRÁRIO DOS P.A.L.O.P.s E DE TIMOR).
Zé da Burra... a 16 de Maio de 2008 às 16:30

Eu assinei a petiçao contra o "acordo" ortografico. Nao me revejo num acordo de aculturados comerciantes, onde a Lingua de um povo e a sua Historia podem ser leiloadas ao preço do mais baixo nivel.
Tornar a ortografia mais facil? Para quem? Por os iletrados, os incultos, os preguiçosos, ao mesmo nivel daqueles que se esforçam para melhor?
Ha escolas, ha programas especializados, para aqueles que de facto teem necessidade e teem dificuldades sérias.
Em França, ha uns vinte anos, Lionel Jospin, entao primeiro ministro, defendeu que 80% dos alunos de liceu deveriam passar o equivalente ao 12° ano. A consequencia deste "decreto-lei" DE NIVELAMENTO POR BAIXO, foi o ter tornado uns dos melhores sistemas escolares publicos europeus num sistema em crise permanente, onde o nivel de iletrados aumentou e de prejuizo pessoal também.
Os filhos de Lionel Jospin e dos que defenderam esta lei, frequentaram e frequentam "escolas de élite" onde esta "regra" nunca foi e nunca sera aplicada. Entre eles, defendem o mérito, o esforço, de obterem boas notas e assim bons futuros.
Portanto, a sociedade francesa esta cada vez mais dividida. De um lado: os bons "jobs" para aqueles que mostraram "mérito" en se esforçando por médias altas e do outro lado, a insatisfaçao de obter lugares mediocres, para aqueles que "passaram" a 80% por decreto-lei.
A Lingua é a escola. A Escola é o futuro. Se os nossos filhos aprenderem uma lingua de baixo nivel, ou seja "de rasca", como poderao eles exercer os direitos de um Cidadao?
Se o "acordo" ortografico passar no Parlamento, as escolas portuguesasvao ser mais pobres e as crianças "normais" vao estar ainda mais incapacitadas de aprender do que estao hoje.
Quanto às crianças pertencendo à élite, irao para optimas escolas privadas como ja o fazem, para serem preparadas a entrar nas grandes universidades no estrangeiro. Para estas nada mudara.
A. da Fonseca-Riès a 15 de Maio de 2008 às 12:13

Documento enviado à AR e PR:

http://fs1.nuno.net/DiscordiaOrtografica.pdf

Cumprimentos,
Nuno Ferreira
Nuno Ferreira a 15 de Maio de 2008 às 13:10

o acordo ortográfico é de uma importância estratégica para Portugal. Se olharmos para a nossa história vemos que o nosso país só resistiu devido a termos uma dimensão global! A fragmentação da língua portuguesa em várias línguas baseadas na nossa seria terrível para nós... Não devemos olhar só para o curto prazo!
Joao Santos a 15 de Maio de 2008 às 14:14

Sr. João Santos, aconselho a leitura deste documento enviado à AR e PR:
http://fs1.nuno.net/DiscordiaOrtografica.pdf
A realidade, tal como se pode observar no documento referido, é que a tal "fragmentação" existe em todas as línguas globais, como o Inglês, Espanhol (Castelhano), Francês, e até no Alemão. Este Acordo (e qualquer outro) são aberrações sem absolutamente nenhum interesse estratégico para Portugal. Antes pelo contrário. Se tiver algum interesse estratégico será tão somente para o Brasil. Basta ver a quantidade de publicações (traduzidas do Inglês) vindas do Brasil que existem actualmente em Portugal, e só não são mais precisamente pelas diferenças ortográficas. Sem estas diferenças, e com o menor custo de mão-de-obra, e a capacidade de desvalorização da moeda para facilitar as exportações, fica claro que apenas o Brasil irá ganhar com o AO.
Quanto ao referendo, o mais certo é nunca vir a acontecer. Não existe nenhum partido interessado em defender o AO no referendo. Seria para a derrota. E aí os grupos de interesses no AO teriam de vir em sua defesa... E FICARÍAMOS A SABER QUEM SÃO!!!
http://fs1.nuno.net/DiscordiaOrtografica.pdf
Cumprimentos,
Nuno Ferreira

Mas que raio de importância estratégica é essa? É incrível o tipo de argumentos usados pelos defensores do acordo. Desde as "criancinhas coitadinhas" que não são capazes de discernir quando deverão usar "p" ou "c" numa palavra, simplesmente porque não o pronunciam (esquecem que o "há" que é sistematicamente escrito "á" até por adultos, vai permanecer), até à dita importância estratégica (será que o mundo inteiro vai passar a falar português só porque assinamos um acordo?), vale tudo. O que não há é argumentos científicos. As justificações para as alterações são "fraquinhas" para não dizer pior. Mas risíveis mesmo são as justificações para as duplas grafias. Então faz-se um acordo para passarmos a escrever igual e depois aceita-se nesse acordo que se escreva diferente? E os ditos "documentos oficiais"? Vão passar a ter "António/Antônio ", como já vi? Vai ser um espectáculo.
Fernando Manuel Rodrigues a 16 de Maio de 2008 às 10:16

na minha maneira de ver, o principal objectivo do acordo é incorporar na língua portuguesa algumas variantes que se falam noutros continentes. Ou seja permite que essas variantes não sejam vistas legalmente como línguas distintas da língua portuguesa. É como uma abertura de fronteiras (como o espaço de Schengen) em termos linguísticos. As reacções contra o acordo na minha opinião parecem ser essencialmente fomentadas pelas pessoas e entidades que perdem os privilégios que advêm de ter as fronteiras linguísticas fechadas (servindo-se de alguns testas de ferro). A estratégia parece ser apelar ao nacionalismo arcaico contra as influencias que vêm de fora. Isso não é uma atitude de um Portugal aberto, europeu e moderno, é mesmo na minha opinião uma atitude primitiva…Petição entendida como em prol do Acordo Ortográfico: http://www.gopetition.com/online/17740.html - em oposição à petição contra o AO
João Santos a 16 de Maio de 2008 às 13:11

Caro João Santos, é necessário ser muito ingénuo para acreditar que este Acordo Ortográfico trará quaisquer tipos de benefícios para Portugal ou para a Língua Portuguesa. Trata-se de um acordo ORTOGRÁFICO (sublinho o ORTOGRÁFICO). Os dialectos do Brasil e do Português são distintos em muito mais que mera grafia. Ainda que TODA A GRAFIA de TODAS AS PALAVRAS fosse alterada por este Acordo Ortográfico para ficarem exactamente iguais, os dialectos seriam totalmente diferentes. No Brasil diz-se "salvar", "concreto", "tela" e "planilha", enquanto em Portugal é "gravar", "betão", "ecrã" e "folha de cálculo". Como tal, o Português do Brasil será SEMPRE diferente do de Portugal, por mais acordos ortográficos que de façam. A unificação dos dialectos NUNCA ocorrerá, por mais decretos que se façam. A língua que se escreve é a língua que se fala, e é impossível mudar com decretos o modo como se fala. Continuaremos a dizer "telemóvel", ainda que se passe a escrever "telemovel", "tele-móvel" ou "tele-movel", e no Brasil continuará a ser "celular". Pelo que, a escrita Portuguesa será SEMPRE diferente da escrita Brasileira. Este Acordo Ortográfico é uma palhaçada, não pelas alterações efectuadas à grafia das palavras, mas pelos motivos que lhe dão origem serem baseados em premissas totalmente incorrectas.
Isto é óbvio. Só se explica existirem apoiantes deste Acordo Ortográfico pela via da credulidade cega aos políticos (tótós) que temos.
Cumprimentos,
Nuno Ferreira.
http://fs1.nuno.net/DiscordiaOrtografica.pdf
e já agora:
http://www.ipetitions.com/petition/manifestolinguaportuguesa/

EIS ABAIXO UM MOTIVO PARA ACEITAR O ACORDO:

A Língua portuguesa está a passar por um período de implantação, quer nos países Africanos de Língua Portuguesa, quer em Timor Leste. Na Guiné-Bissau esteve até para ser adoptado o Francês como língua oficial e em Timor-Leste o Inglês. Daí será fácil concluir que a língua portuguesa nas nossas ex-colónias não ficou muito bem cimentada. Esses países já não são colónias portuguesas, são livres e tanto poderão seguir o português falado em Portugal, por 10 milhões de habitantes, como o português falado no Brasil, por 220 milhões.

Se Portugal teimar em não se aproximar da versão de português do Brasil sujeita-se a ficar só e, mesmo assim, não vai conseguir manter a pureza da língua porque ela evolui todos os dias, independentemente da questão que agora se nos põe: todos os dias há termos que caem em desuso e outros novos que são adoptados pela nossa língua, em especial termos ingleses que são adoptados sem quaisquer modificações.

Se não houver aproximações sucessivas ambas as versões do português continuarão a divergir e daqui a algumas gerações serão línguas completamente distintas. Será então a altura de Portugal confirmar que saiu a perder porque ficou agarrado a um tabu que não conseguiu ultrapassar.

O Brasil tem um impacto muito maior no mundo do que Portugal, dada a sua dimensão, população e poderio económico que em breve irá ter. O nosso português tem hoje algum peso muito em função dos novos países africanos PALOPs ) e de Timor Leste, mas ninguém garante que esses países não venham um dia a aproximar o seu português da versão brasileira e há até já alguns sinais nesse sentido. A população do Brasil permite altas tiragens das publicações que ficarão mais baratas e, se houver maior harmonização, as editoras portuguesas (e amanhã dos PALOPs ) poderão vender mais no Brasil.

Se Portugal permanecer imutável um dia poderá ficar só: a língua portuguesa de Portugal será então considerada uma respeitável língua antiga (o Grego é ainda mais), da qual derivou uma outra falada e escrita por centenas de milhões de habitantes neste planeta. O nosso orgulho ficar-se-á por aí e pronto!

Ambas as versões de português têm uma raiz comum e divergem há cerca de duzentos anos. Outros duzentos e já não nos entenderemos: terão que ser consideradas duas línguas distintas.

O acordo ortográfico é uma decisão apenas política e quanto aos linguistas, apenas terão que assimilar as alterações e segui-las. Não se poderá alterar por decreto que uma molécula de água passa a ter dois átomos de oxigénio e outros dois de hidrogénio; ou que 5 vezes 5 passa a ser 28. Mas poderá alterar-se por decreto a grafia de "acção" para "ação" e quem não aceitar a alteração passa a cometer um erro, incluindo o célebre Prof. Vasco Graça Moura. Com todo o respeito, mas também não são os Juizes que legislam, apenas têm que interpretar e aplicar as leis.

Portugal nada ganhará de imediato com a alteração mas tem muito a perder no futuro se rejeitar agora o acordo que o Brasil está disposto a aceitar.


Zé da Burra o Alentejano a 16 de Maio de 2008 às 16:20

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