-Que o PSD pondera apresentar na Assembleia da República a consequente moção de censura? Ou que mais uma vez os cães ladram enquanto a caravana passa?
-Que o PSD pondera apresentar na Assembleia da República a consequente moção de censura? Ou que mais uma vez os cães ladram enquanto a caravana passa?
-Oxalá me engane, mas a turma do prof. Pardal selecção nacional não merece a confiança dos portugueses quanto a um bom desempenho na África do Sul, temo até que estejamos perante o início duma verdadeira saga desastrosa. Após alguns dias de preparação já é possível vislumbrar a imagem de incompetência do seleccionador nacional, a quem alguns teimosamente insistem chamar treinador de futebol. Até mesmo estrelas como Ronaldo, Deco, Liedson ou Ricardo Carvalho, surgem harmoniosamente integrados na mediocridade geral.
-Não são obviamente cem mil Euros a mais ou a menos que irão resolver os problemas financeiros que o país atravessa. Mas quando se pedem sacrifícios à generalidade dos portugueses, os políticos, em particular a Assembleia da República, devem manter um mínimo de decoro. Só posso criticar esta decisão, depois não se queixem que da péssima opinião que o cidadão comum tem dos seus representantes...
-O mês de Maio iniciou com a decisão do título de campeão nacional de futebol, passa pela visita do Papa Bento XVI ao nosso país e terminará com o Rock in Rio Lisboa, que substituirá o tradicional fado na atenção do povo. Não mudámos assim tanto nas últimas décadas, entretanto vamos conhecer o maior agravamento fiscal de que há memória, um verdadeiro saque ao bolso do contribuinte, mas isso não parece preocupar alguém, à excepção de meia dúzia de de especialistas remetidos para programas de pouca audiência na televisão por cabo.
-José Sócrates garantiu na passada 6ª feira no Parlamento que não iria aumentar impostos. Sábado em Bruxelas terá levado um puxão de orelhas do cartel que dirige a U.E., que o leva em menos de uma semana a propor um brutal e generalizado aumento da carga fiscal. O líder da oposição, Pedro Passos Coelho, terá muito provavelmente recebido também ordens de Bruxelas, porque passou a comportar-se como Vice Primeiro-Ministro informal no governo do bloco central, apenas não tomando assento no Conselho de Ministros. Quem pretender um rumo diferente para Portugal terá de fazer agora oposição a ambos os partidos.
-Diminuir salários a gestores ou políticos pode dar um sinal à sociedade que o esforço pedido aos contribuintes é repartido por todos, mas não resolve qualquer problema. Existem dois caminhos possíveis, aumentar receitas, o que implica agravar impostos ou reduzir despesa. Eventualmente será possível tentar conciliar ambos, mas convém relembrar os portugueses que parte substancial da despesa é consumida no funcionamento de serviços inúteis que se multiplicam, por vezes até colidem entre si, mas servem de albergue a vários titulares de cartão partidário, hoje no poder estão os socialistas, mas vários apoios que Pedro Passos Coelho recebeu na campanha que o colocou na liderança do PSD mais não esperam que uma oportunidade de conseguir um emprego no Estado. Também não podemos esquecer o encargo monstruoso que constitui manter a CP, RTP entre outros elefante brancos. Sinceramente não acredito que o PSD possa apresentar qualquer caminho alternativo para Portugal, o mais certo será mesmo trocar algumas benesses para si próprio a troco do apoio que o governo precisa para fazer passar no Parlamento medidas inúteis, que irão agravar a economia da esmagadora maioria dos cidadãos e empresas, diminuindo até o crescimento económico, mas evitando afectar os lucros dos afilhados do regime. Com o pretexto de endireitar as contas públicas já subiram o IVA de 17 para 19 por cento e depois 21, agora fala-se em voltar a 21 ou 22, um dia ainda ouviremos falar em 25, mas de subida em subida vamos ficando cada vez mais sobrecarregados à medida que o Estado engorda.
-A opção do governo parece ser aumentar uma vez mais a receita evitando reduzir a despesa. O método será o habitual recurso à extorsão fiscal, que constituirá um teste à liderança do PSD, obrigada a escolher entre servir de muleta ao PS, num já habitual registo Dupont et Dupont, ou apontar aos portugueses um caminho alternativo, reduzindo um Estado monstruoso e gastador, que teima em não se modificar, beneficiando mais uma clientela que nele parasita, do que a população que seria suposto servir.
-Em matéria de agravamento de impostos a criatividade dos nossos governantes parece não conhecer limites, ignorando que trabalhadores e empresas se encontram já asfixiados por uma pesadíssima carga fiscal, a tendência parece ser sobrecarregar ainda mais os de sempre. Quanto a reduzir a despesa do Estado, parece já não haver imaginação ou vontade.
-Se a 3ª Travessia do Tejo tinha por objectivo a ligação ferroviária a Lisboa em alta velocidade, o seu adiamento implica irmos apanhar o TGV ao Poceirão? O país carece de explicações por parte do governo que se encontra cada vez mais à deriva...
-Vítor Constâncio é a mais recente voz a alertar para o risco em avançar com as faraónicas obras teimosamente defendidas por José Sócrates. Mais vale tarde que nunca, mas registo que o ainda governador do Banco de Portugal, se prestou a vários fretes ao governo durante os últimos anos e apenas agora que está de partida consegue esboçar uma tímida tentativa de isenção face ao poder político...
-Num outro país onde existisse ética na política e os eleitos representassem de facto um exemplo a seguir, este lamentável episódio não constituiria um facto político, porque o seu autor já teria apresentado desculpas públicas aos eleitores do seu próprio partido que o elegeram, seguidas de renúncia ao mandato. Mas como o exemplo próximo até vem de cima, não surpreende que sejam apresentadas justificações atenuantes, até que o assunto caia no esquecimento, permitindo ao autor da infeliz façanha permanecer no lugar...
-Não há como iludir a questão. É insustentável viver sistematicamente com despesas superiores às receitas, o endividamento permite resolver problemas em tempos de crise, mas tem sempre um preço a pagar, em juros, que irão afectar as despesas nos anos seguintes. A demagogia pode obter ganhos eleitorais, mas não engana os especialistas. Independentemente de podermos considerar estarmos em presença de sucessivos ataques à zona Euro, a realidade é que não paira qualquer ameaça sobre a Alemanha, Suécia ou Dinamarca. Avancemos para o TGV, é exactamente o que Portugal precisa, já estamos à beira do abismo, falta apenas dar um passo em frente...
-Acontece desde os primórdios da humanidade, quem não gosta da mensagem mata o mensageiro. Nada de corrigir erros do passado, em lugar de reduzir despesa pública ou ponderar abandonar os investimentos faraónicos, enterram a cabeça na areia, e culpam as agências, foram elas quem anunciou um défice antes das eleições, outro bem diferente no final do ano. Mais uma vez o governo é alheio ao problema, a culpa é da crise, dos mercados, pois...
-O país caminha para o abismo, a aposta nos investimentos faraónicos é um erro crasso, que as futuras gerações irão pagar. Sem alimentar grandes expectativas quanto à responsabilidade dos políticos, aguardo a resposta do Parlamento a mais esta iniciativa para travar o desastre.