-Até poderá ser legal, mas também é imoral. O problema não é Inês de Medeiros, Paris ou PS, mas o princípio em que elegemos os deputados à Assembleia da República, infelizmente os eleitos não representam os eleitores, mas quem os colocou nas listas de candidatos. Inês de Medeiros reside em Paris, e daí? Se representasse os portugueses emigrados na Europa estaria de acordo que recebesse ajudas de custo que lhe permitissem regressar a casa semanalmente, mas por ter sido eleita em Lisboa, deveria receber um subsídio que lhe cobrisse as despesas de deslocação dentro do círculo que representa. Igual princípio deveria ser aplicável aos deputados insulares, apenas os eleitos por Açores e Madeira deveriam ter pagas as viagens aos arquipélagos, os outros apenas receberiam as deslocações aos círculos que os elegeram, onde por vezes nem colocam os pés. A bandalheira não terá fim enquanto a situação for do interesse das direcções partidárias, nomeadamente PS e PSD, que funcionam numa lógica de cartel, nomeando quem bem entendem, no mais completo desrespeito pelas populações. Pedro Passos Coelho falou em alterar a Constituição, vai uma aposta que após um braço de ferro com o PS, nada mudará no que sistema eleitoral diz respeito?