-Sempre que estreia um filme de Lars Von Trier não preciso ler qualquer sinopse ou ver o trailer, basta-me consultar o cartaz de exibições para escolher horário e cinema, preferencialmente um dos que me permitam assistir tranquilamente à sessão sem o incómodo de ouvir mastigar pipocas ao meu lado. Mais uma vez o cineasta não deixa os créditos por mãos alheias, com este drama de grande intensidade, bem conseguido, excelentes pormenores de realização, mesmo que não possa considerar este Antichrist uma obra-prima, principalmente se comparado com Dogville.
-Muito boa gente na Direita não pretende menos Estado, mas ocupar um lugarzinho na administração. Acordo a 3 anos com o actual governo, deixando tudo na mesma em matéria fiscal sem reduzir o monstro? A minha crítica não vai para o PS, afinal de socialistas tenho que esperar que considerem caber ao Estado um papel na economia, mas do PSD e CDS/PP espero mais, bem mais, ou escusam de contar com o meu voto daqui em diante. A Direita tem mesmo de ser refundada, representada por sociais-democratas ou democratas-cristãos, não serve os interesses do país.
-No debate de ontem na A.R. ouvi o primeiro-ministro falar em manigância. Bem a propósito, as despesas do Estado com pessoal irão subir este ano, mas um truque contabilístico permitirá ao governo não registar as transferências para a CGA e ADSE como despesa de pessoal, mas despesa de capital, permitindo assim reclamar para si os méritos do corte nos gastos com pessoal. E nem irei aqui falar no maravilhoso mundo das empresas públicas ou participadas pelo Estado, porque então ficaríamos perante um cenário dantesco.
-Criticar as agências de rating relembrando que estas obedecem a estratégias comerciais, é algo que não lembraria ao diabo, mas ocorreu ao ministro Teixeira dos Santos. Como qualquer empresa estas agências defendem os interesses dos seus clientes, afinal quem lhes paga, os investidores a quem o Estado recorre, solicitando empréstimos para se financiar, que naturalmente querem avaliar o risco a que ficam expostos. Queriam o quê? Serviço público? Coloquem as contas em ordem e ganhem juízo!
-Todos os trabalhadores são iguais, mas alguns são mais iguais que outros. Muitos gestores e não só, nos mais diversos sectores da economia, recebem parte do vencimento sob a forma de comissões, prémios ou bónus, estando o seu montante dependente dos resultados obtidos, o qual é obviamente tributável. Mas se trabalharem na Banca passam a ser taxados de forma agravada, segundo proposta de Lei do O.E., porque parece bem, castigar esses malandros, não importa o populismo, a demagogia, que a medida encerra. Talvez seja melhor mesmo passarem a ser pagos em robalos.
-Esta medida tipicamente socialista, para além de não resolver um problema, provoca efeitos secundários absolutamente indesejáveis, prejudicando a totalidade do mercado e por arrastamento o próprio país. Em primeiro lugar, optando por subsidiar arrendamentos, o Estado contribui para a manutenção de preços elevados, quando o caminho deveria ser a liberalização do mercado, que levaria à baixa de preços. Por outro lado os elevados custos no mercado de arrendamento obrigam muitos cidadãos a comprarem casa, o que lhes diminui a mobilidade, factor que se traduz em custos laborais e sociais a médio prazo.
-Um país onde grande parte da população trabalha para o Estado, ou deste depende, sob a forma de negócios, pensões ou subsídios, é um país sem futuro. Podem continuar a apresentar sucessivos Orçamentos, que não passam de paliativos para a grave doença de que o país enferma, esta tem um nome, socialismo. 36 anos depois Portugal continua refém dos preconceitos ideológicos que se sobrepuseram ao golpe militar que terminou com o Estado Novo.
-Existe uma enorme diferença entre viabilizar o O.E. e ceder em questões de princípio. Os partidos da oposição têm margem para alterar na especialidade a fúria fiscal do governo, que recusa aliviar os esforços dos contribuintes, ao mesmo tempo que insiste nas grandes obras públicas que apenas favorecem as construtoras do regime. Caso o PS opte pela dramatização, apresentando uma moção de confiança, poderemos sempre ir a eleições, explicando aos portugueses quem aposta no aumento de impostos ou quem escolhe outro caminho.
-Mais uma fraude em torno do aquecimento global, curioso como a nossa imprensa tão lesta na defesa das opiniões que considera politicamente correctas, ignora sempre o princípio do contraditório, pactuando com uma verdadeira industria de alarmismo, onde se escondem múltiplos interesses...
-A aprovação do O.E. na generalidade não impede que CDS/PP e PSD assumam a responsabilidade de honrar o seu compromisso perante os eleitores que lhes confiaram o voto, nomeadamente mantendo a suspensão do PEC e redução da TSU. Outra matéria que ninguém fala, mas merece atenção por parte dos partidos da oposição e defensores da Liberdade, ainda que não relacionada com o O.E., será a revogação do infame diploma que introduz o big brother na vida dos automobilistas, a instalação do chip nas matrículas.
-O CDS/PP não pode ceder à tentação de aparecer ao país como garante da estabilidade governativa, assinando um mau acordo, apenas para garantir a aprovação do O.E., o governo tem de fazer concessões, nomeadamente em matéria fiscal terá de abrandar a perseguição que move ao contribuinte.
-Um verdadeiro comandante nunca abandona os seus homens nas horas difíceis. Ao juntar-se à contestação dos adeptos ao frango de Rui Patrício, Sá Pinto provou não ter estatura moral para dirigir o futebol do Sporting, a demissão era mesmo a única saída possível, ao vir em defesa do companheiro de equipa, Liedson apesar de ter apenas alguns anos de Portugal, sempre ao serviço do emblema leonino, mostrou carácter, daquele que existe nos verdadeiros lideres. O resto é espuma...