Jardim apela "ao PSD do povo" para que se revolte contra candidaturas à liderança
-Agora é Alberto João Jardim que vem falar em revolta popular, esperando por uma vaga que não surge. Aliás, os últimos anos vividos no PSD são tudo menos entusiasmantes, para que surjam vagas a apoiar quem quer que seja, Menezes terá percebido isso tarde de mais, Santana e Jardim ainda não o perceberam. O PSD é um partido vocacionado para o poder, o melhor a que os militantes podem aspirar por agora será um resultado honroso, a rondar uns 30% nas legislativas, em tais circunstâncias não irão certamente surgir as tão apregoadas vagas, e as críticas á liderança começarão inevitavelmente no dia seguinte ás directas. O PSD na verdade não procura um líder, e sim um salvador, um homem providencial, uma espécie de D.Sebastião, algo que na realidade não existe, nem pode existir, mas que o destino por vezes em circunstâncias fortuitas atravessa no caminho dos partidos. Foi assim com Cavaco Silva, sem o fenómeno PRD e o desnorte na liderança socialista, nunca teria obtido a maioria absoluta, repetiu-se a história com Socrates, o caso Casa Pia, a ida de Durão Barroso para Bruxelas e as trapalhadas Santanistas contribuiram mais para a actual maioria do que qualquer estratégia traçada no Largo do Rato. As vagas não se pedem, surgem, as maiorias no nosso sistema político, acontecem. Alberto João Jardim já anunciou estar a cumprir o seu último mandato enquanto presidente do governo regional da Madeira, pelos vistos não se importaria de deixar a Vigia um pouco mais cedo para se instalar na Buenos Aires, falta-lhe contudo credibilidade no continente, ainda que o PSD não seja propriamente virgem na colocação de figuras "originais" em lugares de relevo.