-Como é possível a população do Concelho de Oeiras, onde existe o maior número de licenciados do país, eleger este homem? Rouba mas faz obra? Ganhem juízo e vergonha na cara!

   -O PSD elegeu 3 dos 4 deputados nos círculos da emigração, o 4º foi para o PS. Com este resultado confirma-se a impossibilidade de maioria entre socialistas e qualquer dos partidos à sua esquerda, terá de ser obtida com ambos, o que é sempre mais difícil face à rivalidade entre bloquistas e comunistas. O Presidente da República começa amanhã a ouvir formalmente os partidos políticos com representação parlamentar, e naturalmente indigitará José Sócrates como Primeiro-Ministro. Não se confirmam as patuscas e delirantes teorias conspirativas que foram inventadas na blogosfera após a comunicação ao país de Cavaco Silva, por alguns apoiantes mais entusiasmados do PS, o que se compreende, viviam um período de ressaca, afinal tinham passado apenas dois dias da vitória eleitoral.

    -O PSD é cada vez mais um partido sem emenda ou possibilidade de regeneração, o mais grave é que ninguém pára para reflectir em busca da razão pela qual o país vai rejeitando sucessivamente voltar a dar ao partido a responsabilidade governativa. Após o desaire eleitoral nas legislativas, nos bastidores a prioridade foi procurar bodes expiatórios, nem mesmo Cavaco Silva escapou incólume, é certo que a gestão do dossier das alegadas escutas não foi a mais correcta, mas o principal prejudicado até acabou por ser o próprio Presidente da República, nomeadamente se estiver a ponderar a recandidatura, uma vez que a sua imagem ficou algo afectada, já a direcção do PSD apenas se pode queixar de si própria, afinal quem a mandou erguer a bandeira com o tema da asfixia e colar-se ao P.R.? Outro alvo previsível será agora Pedro Passos Coelho, mas será que lhe devem ser atiradas as culpas pelas exclusões, quando o lema era a tal política da verdade e foram incluídos nas listas de candidatos a deputados nomes como António Preto e Helena Lopes da Costa? Algum pudor impede que os membros da Comissão Política, e também os principais dirigentes autárquicos surjam já na praça pública a discutir o cenário da sucessão, afinal o partido vai a votos no próximo Domingo, com algumas batalhas importantes para disputar, mas figuras como Marcelo Rebelo de Sousa ou Morais Sarmento, já abriram hostilidades através de manobras palacianas e declarações mais ou menos explícitas, enquanto Pedro Passos Coelho vai pelo terreno apoiando candidatos autárquicos, em busca de votos no chamado aparelho, as bases que tudo decidem em eleições directas. Infelizmente ninguém parece estar verdadeiramente interessado em discutir um programa para o país, que opções tomar em matéria económica e fiscal, ordenamento territorial, educação e saúde, apresentá-lo aos militantes e depois aos portugueses, vamos passar os próximos dois anos, ou quatro, a falar de nomes, credibilidade e coerência, sondagens, à medida que se aproximarem novas eleições surgirá novamente o tema da composição das listas, e inevitavelmente nova derrota, novo líder.