-Colocado em destaque numa banca em Belém, poderá representar uma excelente oportunidade de negócio, a não desperdiçar nos tempos que correm...
-Colocado em destaque numa banca em Belém, poderá representar uma excelente oportunidade de negócio, a não desperdiçar nos tempos que correm...
-Sobre o essencial que despoletou toda esta polémica à volta das alegadas escutas, ficámos a saber que tudo não passou de espuma, como já desconfiávamos não existiram, é a conclusão a retirar da declaração do Presidente da República aos portugueses. Ficou no entanto por esclarecer se existiu invenção jornalística por parte do PÚBLICO ou uma tentativa de manipulação por parte do Fernando Lima, certo é que alguém mentiu. Tal não invalida o facto do PS ter procurado envolver o nome de Cavaco Silva na luta política, questionando o nome de uma assessora presidencial no site oficial do PSD, facto que este partido poderia e deveria ter resolvido de imediato, mal vai quem aspira a formar governo e não consegue rebater declarações de Vitalino Canas e José Junqueiro, mas o PSD tem hoje uma direcção totalmente incapaz e ineficiente. Para cúmulo andaram entretidos com conspirativas teorias de asfixia democrática a par da ameaça espanhola, esquecendo os problemas económicos do país, precisamente a discussão que o PS pretendia evitar. Qualquer possibilidade de cooperação estratégica terminou aqui, mas não subscrevo de forma alguma a teoria que por aí circula em meios próximos do Primeiro-Ministro, que o P.R. se prepara para não indigitar José Sócrates na chefia do novo governo. Será sim um ano de costas voltadas, onde muita coisa poderá acontecer, do Freeport ao BPN, com a crise económica em pano de fundo, o próprio PSD com questões internas por resolver, de forma que ninguém conseguirá prever o futuro, da duração da legislatura à recandidatura presidencial de Cavaco Silva, tudo permanece uma incógnita.
-Oxalá me engane, mas a solução encontrada para a Qimonda Portugal, BES e BCP na estrutura accionista acompanhados pelo Estado, será o mesmo que dizer que os Bancos apenas entram a risco zero. O plano é fazer um parque tecnológico, no entanto o mais certo será nascer mais um sorvedouro de dinheiro do contribuinte.
(foto PÚBLICO)
-O resultado eleitoral do passado Domingo obrigará o PS a formar um governo minoritário, procurando acordos pontuais à esquerda e à direita, em função das matérias, nos costumes será previsível um entendimento privilegiado com o BE, já na economia a opção passará por negociar com PSD ou CDS/PP, uma vez que não existe diálogo possível tendo por base a nacionalização de empresas como GALP ou EDP. Apesar da tão propagada consolidação das contas públicas, será interessante perceber como pretenderá o governo controlar o défice, a tolerância da U.E. não deverá ir muito além de 2010, a vitória de Angela Merkel na Alemanha aponta nesse sentido. Adivinham-se tempos difíceis para José Sócrates, a negociação nunca foi o seu forte, mesmo como ministro de António Guterres foi completamente autista em relação às populações na questão da co-incineração, apesar da recente postura de cordeiro, existe um lobo escondido pronto a atacar...
-O partidos à esquerda do PS foram lestos a cantar vitória, para eles o resultado é simples, os eleitores penalizaram o Partido Socialista por atraiçoar sistematicamente os votantes de esquerda, governando depois com políticas de Direita. Tal argumento para além de ridículo, a ser verdadeiro não se compreenderia porque razão os portugueses sociologicamente de esquerda na sua maioria, continuam a votar no PS, é falso porque o país não resvalou à esquerda, como algumas vozes nos pretendem fazer acreditar. A tal maioria de esquerda várias vezes evocada por BE e PCP, que era de 3370308 votos em 2005, com 142 deputados, baixou para 3071948 votos e 127 deputados. Por seu lado os partidos de Direita que tinham 2054845 e 84 deputados, subiram para 2238161 votos e 99 deputados. O país está hoje um pouco menos inclinado à esquerda, ainda assim demasiado para que se possa desenvolver, o chamado centrão recuou claramente, mas calculo que não será exactamente esta a leitura de resultados que vamos assistir ao longo do dia.
-Os portugueses votaram, há que respeitar o resultado, no entanto considero negativa para o país a vitória do PS, e consequente continuidade do engº Sócrates à frente do governo, do mal o menos, felizmente perderam a maioria absoluta. Derrota estrondosa do PSD que falhou totalmente o objectivo, a política de verdade com purgas e exclusões, agravada pela presença nas listas de personalidades a contas com a Justiça, o discurso da asfixia, só poderiam trazer um resultado negativo. O CDS/PP foi o vencedor do dia, ficou em 3º lugar à frente do BE, elegendo 21 deputados contra todas as expectativas. O BE também cresceu, mas aquém das previsões, os 16 deputados que elegeu são insuficientes para influenciar ou condicionar o governo. Por último a CDU teve o menor crescimento, apenas 1 deputado, de 14 para 15.
-Desta vez não foi Liedson, mas A. Polga quem resolveu o jogo no Dragão, logo no início da partida com uma fífia, mais uma, nos últimos encontros têm sido vários os lances em que o Sporting C.P. é penalizado por falhas deste jogador, mas Paulo Bento casmurro, teima em não dar oportunidade a Tonel. A arbitragem de Duarte Gomes ficou marcada pela expulsão de Miguel Veloso, em clara dualidade de critérios, quando comparada com a falta de Raul Meireles, perto do final da primeira parte. Vitória justa do F.C.Porto, nada a dizer na grande penalidade cometida por A. Polga, e consequente expulsão.
-O S.L.Benfica soma, segue e dá espectáculo, 5-0 ao Leixões, ainda que a tarefa tenha ficado algo facilitada pelas sucessivas faltas e consequentes sanções disciplinares do adversário que terminou reduzido a 9 unidades.
-Ao longo dos anos adquiri o hábito de votar PSD, mesmo sem grande convicção, pelo menos desde 1991, à excepção de 2002, entusiasmado pela promessa do choque fiscal, o que me levou a deixar de votar no PSD até hoje, devido ao seu incumprimento. Farto de socialismo, tinha prometido a mim mesmo terminar a birra voltar a colocar a cruzinha no lugar habitual, mas Paulo Rangel na campanha das eleições europeias afirmou-se europeísta convicto, sendo eu céptico em matéria de integração europeia, contrário à normalização burocrática que descaracteriza a identidade nacional, farto de regras e regulamentos que servem de base ao fundamentalismo da ASAE, fui obrigado a procurar outras paragens. Após a vitória nas eleições europeias o PSD mostrou ser possível derrotar o PS nas urnas, e naturalmente teria o meu contributo. Mas eis que surgem as famigeradas listas de candidatos, a exclusão de Pedro Passos Coelho e Miguel Relvas, a par da inclusão de António Preto e Helena Lopes da Costa, representam um obstáculo intransponível à minha consciência, e mais uma vez ficará adiado o voto neste partido. Não quero no entanto perder de vista um objectivo que me parece demasiado importante para o país, é fundamental derrotar José Sócrates, razão pela qual entendo que o meu voto deverá ter utilidade. Estou recenseado no Distrito de Setúbal, onde apenas os partidos com representação parlamentar podem aspirar a eleger deputados, circunstância que justifica o meu voto no CDS/PP. Faço votos para que mais partidos consigam eleger deputados, pulverizando o nosso sistema político, que o PS perca no mínimo a maioria absoluta, de preferência que até perca mesmo a eleição. Escolhi hoje Sábado para escrever a minha declaração de voto, por ser dia de reflexão, uma bizarria inútil, mas por enquanto e felizmente, os blogues ainda estão fora da alçada da ERC, CNE ou qualquer outra entidade.
-Em 1999 os irmaõs Wachowski realizaram The Matrix, mais tarde teria continuação com mais dois filmes "reloaded" e "revolutions", mas foi o primeiro que verdadeiramente surpreendeu.
-José Sócrates recebeu mais um apoio de peso, após a menina Carolina Patrocínio, a tal que apenas come fruta quando a empregada lhe retira as grainhas ou caroços, foi a vez de Luís Figo. Julgo que todos os portugueses, mais ou menos familiarizados com o futebol, reconhecem e sentem apreço, pelo inegável talento e classe que o antigo capitão da selecção nacional espalhou pelos relvados dos quatro cantos do mundo. A ideia é óbvia, associar o PS a pessoas que alcançaram o sucesso em diversas áreas, projectando uma imagem de ambição e vontade de triunfar. Mas existe um pequeno problema, o carácter, e tal como a menina que não se importa de fazer batota para ganhar, vale a pena recordar alguns factos menos conhecidos do percurso futebolístico de Luís Figo. Ainda júnior, assinou contrato em simultâneo com o Sporting C.P. e S.L.Benfica, valeu-lhe um acordo entre Sousa Cintra e Manuel Damásio, para o salvar de pesado castigo, que o poderia ter deixado algum tempo fora dos relvados, até poderíamos considerar o infeliz episódio como devaneio próprio da juventude, mas passado pouco tempo repetiu a façanha, assinando por Juventus e Parma, dois clubes italianos na mesma época, mais uma vez salvou a face, com a contrapartida de não jogar no calcio durante uma década. Rumou a Barcelona, onde foi treinado por Johan Cruyff, sir Bobby Robson e Louis Van Gaal, que contribuíram para o aperfeiçoamento das suas inegáveis qualidades, alcançando vários títulos, recebendo até a braçadeira de capitão da equipa blaugrana. Sem que alguém lhe pedisse, chegou até a assumir posições próximas do nacionalismo, em defesa da autonomia, entrando no coração dos catalães, que trairia pouco depois com a transferência para o arqui-rival Real Madrid, aproveitando um momento de crise directiva no F.C.Barcelona. Após o Euro 2004 decidiu colocar um ponto final na selecção nacional, mas no final de 2005, quando não jogava em Madrid, recuou na decisão, solicitando a Scolari que o voltasse a convocar, até porque a selecção apesar da sua ausência já se tinha qualificado para o Mundial 2006, palco para se poder mostrar e conseguir uma transferência, finalmente a Itália. Alguém pode mesmo ficar surpreendido com o apoio de Luís Figo a José Sócrates? Misery loves company!
-O Presidente da República deverá apresentar uma explicação ao país que justifique as suspeitas de ter estado sob escuta, mesmo que infundadas, ou apresentar queixa na PGR, por ter sido envolvido na luta política através de notícias falsas. Caso as notícias tenham sido divulgadas com base em conversas indiscretas ou mal intencionadas de membros da sua Casa Civil, terá de apresentar aos culpados a factura da traição. No ponto a que isto chegou, gerir o silêncio sem apurar responsabilidades, não é mais possível. Recuso obviamente a acreditar que Cavaco Silva esteja na origem desta novela de Verão, face à gravidade e consequências de tal hipótese.
-Em meados da década de 90 fiquei agradavelmente surpreendido com este Se7en de David Fincher.
-Não sejamos ingénuos, este caso da negociação de cargos a troco de financiamento partidário, que surge em plena campanha eleitoral, visando o PS, mais em particular José Lello e António Braga, merece a mesma credibilidade que a história do pagamento dos votos no PSD, nem mais, nem menos. Curiosamente ambos os casos tiveram início com base em denúncias internas.
-Os últimos dias têm vindo a mostrar algum crescimento nas intenções de voto no PS, ao ponto de José Sócrates pedir agora uma maioria clara, enquanto nos corredores se vai falando em voz baixa na maioria absoluta. Por muito que possamos criticar a liderança do PSD por não ter apresentado aos portugueses uma solução alternativa entusiasmante, não podemos perder de vista o essencial, o próximo Domingo será o governo de José Sócrates que os portugueses devem julgar, votando PS se estiverem satisfeitos e pretenderem a manutenção das políticas implementadas ao longo dos últimos 4 anos. Mas quem não concordar com a orientação política seguida pelo governo, ou entender que Portugal merece mais que as sucessivas mentiras, embustes e trapalhadas, liderado por um mestre especialista na venda de banha da cobra, basta relembrar o relatório tipo OCDE, os painéis solares que eram meras bombas de calor, o primeiro computador genuinamente português que afinal era uma versão do Classmate, tem a obrigação moral de votar, não basta ficar em casa, deve escolher um qualquer outro partido que considere credível e votar, será a única oportunidade que teremos para travar o que seria uma calamidade, talvez a maior catástrofe que este país sofreu nas últimas décadas, estou a falar da renovação da maioria absoluta. Claro que alguns não concordam com a ideia, por exemplo as acções da Mota-Engil, Somague ou BES irão disparar, garantido que fica o TGV e demais projectos faraónicos em obras públicas, investimentos de retorno absoluto para tais empresas à custa do endividamento do país, empenhando o futuro das próximas gerações.
-O início da década de 90 Jonathan Demme ofereceu-nos este espantoso "The Silence of the Lambs", protagonizado por Jodie Foster e um espantoso Anthony Hopkins.
-O Francisco Clamote teve a amabilidade de considerar que vale a pena ficar de olho neste blogue, lá terá as suas razões, com modéstia lhe agradeço a distinção.
-Seguindo as regras, existem vários blogues a merecerem nomeação, mas terei de escolher 10, assim sendo por ordem alfabética os nomeados são:
-Após a surpreendente vitória do PSD nas eleições europeias o país ganhou alento, de repente passou a existir uma fundada esperança em afastar José Sócrates, colocando um ponto final nas mentiras e trapalhadas de um governo obcecado com a propaganda. O bom senso recomendaria ao principal partido da oposição, que procurasse mobilizar as hostes, unindo todos os militantes em torno da liderança, no entanto cedo se percebeu que a estratégia traçada, inspirada em doutrina filosófica herdada do maoísmo com algumas adaptações, apontava no sentido da dupla conspiração, externa, acusando de situacionismo todos os que não colaboravam, interna, inventando a teoria do divisionismo, que justificou a purga de destacados militantes nas listas de candidatos a deputados, a par da lealdade canina demonstrada com a inclusão de pessoas que a prudência e bom senso, já nem falando em pudor quando se faz da verdade uma bandeira, recomendariam a exclusão. Com naturalidade surgiu na agenda a asfixia, as alegadas escutas serviriam para confirmar a tese, a qual ruiu como um castelo de cartas quando o Presidente da República recusando o envolvimento, demitiu o assessor de quem alegadamente terão partido as denúncias, ao que parece existe uma outra fonte, não surpreende face à teia de lealdades existentes entre a Casa Civil da Presidência e alguns dirigentes do PSD. Procurando sobreviver politicamente ao inevitável ajuste de contas que se seguirá às eleições, após um mais que previsível mau resultado, está já em marcha a teoria do bode expiatório, atirando para outros, nomeadamente Cavaco Silva, a culpa pelo fracasso.