-Fiquei entusiasmado com a inesperada, mas pesada derrota sofrida pelo PS no passado dia 7 de Junho. Pelos vistos não fui o único, o PSD também se entusiasmou, não diria que existe unanimidade laranja, mas quase, com apenas algumas excepções, Passos Coelho a pedir maioria absoluta, elevando a fasquia face ao objectivo traçado por Manuela Ferreira Leite, e Pacheco Pereira, que fiel à velha escola marxista onde se formou politicamente, continua apostado em combater o inimigo interno, por ele o partido necessitaria mesmo era expurgar alguns militantes, estabelecendo um pensamento único. Registo que mais uma vez Pacheco Pereira não concede a outros a legitimidade para divergir que reclama para si próprio, e que utilizou durante a liderança de Santana Lopes e Luís Filipe Menezes. Que pontuação seria atribuída hoje no Abrupto, ao militante que colocasse num blogue pessoal as setas do partido, em posição invertida? Mas voltando ao entusiasmo, relembro o que escrevi há poucos dias, em 2002 acreditei na diminuição do peso do Estado, e no choque fiscal, mas no governo, a opção passou por subir o IVA de 17 para 19 por cento, para além de outras propostas que ficaram por cumprir, das quais destaco a privatização do segundo canal da RTP. Gostaria agora de acreditar que existe uma alternativa ao actual governo, e que após a tomada de posse não irei ouvir uma qualquer desculpa a justificar a construção das obras faraónicas, que agora contestamos, e mais importante, ultrapassada a crise, o combate ao défice não será novamente feito à custa da subida nos impostos, mas pela diminuição dos gastos do Estado.