-Existe em Portugal o péssimo hábito, para não lhe chamar parolice, de sermos obrigados a apoiar qualquer português que tente o sucesso além fronteiras. Há uns meses era quase um crime de lesa pátria não apoiar a eleição de Cristiano Ronaldo para melhor jogador do mundo, agora é Durão Barroso. O Partido Socialista integra uma família política europeia, com ambições legítimas a vencer as eleições, e se o conseguirem serão os socialistas europeus a nomear o próximo Presidente da Comissão. Em tempos não muito distantes o PSD recusou apoiar, e bem, Mário Soares para presidir ao Parlamento Europeu na 1ª parte do mandato, também na altura caiu por cá o Carmo e a Trindade, mas o PPE do qual o PSD é parte integrante, fez valer e bem a sua posição. Sem dramas, é assim que tem de ser.

     -Combater a corrupção é obviamente um daqueles objectivos que todos subscrevemos sem hesitações. Não conheço as propostas do PCP, pelo que evito emitir juízos de valor, no entanto convém relembrar que vivemos num Estado de Direito, existem Leis, a Constituição oferece garantias de Liberdade aos cidadãos que não podem ser desprezadas, qualquer inversão do ónus da prova terá a minha oposição, não será o suspeito que tem de provar a inocência, mas o Estado através da Justiça, quem tem de provar a culpa do acusado.

    -Uma coisa são as taxas aplicáveis, existe quem sistematicamente reclame por maiores impostos sobre o sector bancário, têm uma visão do Estado, sociedade e economia, que de forma alguma subscrevo. Mas os impostos são o que são, justos ou injustos todos nós contribuintes, individuais ou colectivos, estamos obrigados a cumprir com a legislação em vigor, ficando depois sujeitos à fiscalização e eventuais sanções os que prevaricarem, não se compreendem pois prescrições sobre faltas do sector bancário, quando sabemos que o cidadão não tem essa hipótese, algumas pequenas empresas nem sequer conseguem pagar salários aos seus colaboradores, asfixiadas que estão pela absurda carga fiscal, que até inclui pagamentos por conta, antecipando receitas futuras. Assim não!