-Não é apenas uma questão de solidez dos bancos portugueses a colocarem em causa a oportunidade dos avultados investimentos públicos, mas a liquidez, sabendo-se que escasseia o dinheiro disponivel para concessão de crédito entre bancos, com tendência para subida das taxas e juro, será no mínimo avisado reavaliar a oportunidade de Portugal avançar para tais projectos, sem apresentar aos portugueses novas estimativas dos custos envolvidos. Se o governo optar pela irresponsabilidade e demagogia, a oposição terá aqui matéria de facto para questionar o executivo, a determinação não pode ser confundida com teimosia.

       -Pode ser no centro da cidade de Lisboa, aceito pagar 200 Euros mensais, e prometo nunca atrasar qualquer prestação, se necessário também me posso filiar no PS ou no PSD, que julgava eu eram as 2 maiores agências de emprego do país, sei-o agora que também possuem as maiores imobiliárias, calculo que a prática não seja um exclusivo de Lisboa, que em matéria de tráfico de influências, há muito que este país já descentralizou, gostaria mesmo de saber quem são os arrendatários das casas pertencentes às câmaras municipais de Lisboa, Porto, Gaia, Sintra, Oeiras, Cascais, Amadora, Almada, Setúbal, Gondomar, Matosinhos, Valongo, Póvoa de Varzim, Braga, Aveiro, Leiria, Coimbra, Viseu, Funchal, Loures, Faro, Loulé, Maia, Vila do Conde entre outras. Gostaria também de saber quanto pagam pelo arrendamento de tais imóveis, e os critérios para sua atribuição. Este país está podre, existe um enorme bloco central de interesses, calculo mesmo que o CDS/PP e o PCP também não estejam totalmente inocentes, o B.E. por ser mais recente ainda será um caso a verificar, mas não duvido que este país está mesmo a necessitar duma operação mãos limpas, livrando-se da tralha que parasita os partidos, digo eu, é a mesma tralha que parasita a administração pública, uma boa razão para defender a diminuição do peso do estado na sociedade, se outras não existissem era esta teia organizada ao género de uma organização secular nascida no sul de Itália, concretamente na Sicília. Por lá chamam-lhe "cosa nostra", por cá chamam-lhe a coisa pública.

        -Como seria de esperar as bolsas europeias abriram hoje em forte queda, embora estejam já a aliviar das perdas, os mercados parecem ter estabilizado com mais uma intervenção governamental europeia, desta vez no banco franco-belga Dexia, por parte dos governos francês, belga e luxemburguês. Também as notícias dos EUA, dando conta que um plano similar ao rejeitado ontem no Congresso poderá ser submetido a votação já na próxima 5ª feira, existindo negociações entre a administração Bush e representantes partidários nesse sentido, poderão ter contribuído para a acalmia, ainda que os tempos sejam de incerteza e expectativa.

Nota: Post editado ás 20H.

     -O amigo RCataluna tem publicado no Bom Gigante umas aulas de telescola para políticos. Considerando tal iniciativa meritória, a mesma não deixa de ser insuficiente, pelo que complemento agora com a publicação de guia prático, para evitar atrapalhação nos discursos menos bem preparados.

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