-Caro Pedro Morgado, compreendo o seu ponto de vista, Portugal não possui de facto tradição referendária, e a estratégia político-partidária tem vulnerabilizado tal instrumento de cidadania, pelo menos a julgar pelos poucos até ao momento convocados no país. Aceito que um partido possa submeter o seu programa ao eleitorado, mas custa-me a entender que o eleitor desconheça o seu deputado como demonstra este inquérito, realizado em Braga, precisamente a sua cidade ao que julgo, ainda que não subscreva totalmente as conclusões do mesmo, defendo círculos uninominais, aí sim, eu poderia escrutinar a coerência do deputado que me representa, independentemente de ter votado nele, ou não, mas votar num partido qualquer que ele seja, cujo cabeça de lista até poderá ter sido substituído porque entretanto se candidatou a uma qualquer autarquia, ou lugar no Parlamento Europeu, e aceitar que um suplente vote de forma diferente apenas porque resolveu apresentar objecção de consciência, está para além dos limites da minha compreensão. Do mal o menos, então permita-me que a decisão seja minha, mas aceito as suas razões se primeiro reformar todo o nosso sistema político.