-Com algumas cedências, o Estatuto Político-Administrativo dos Açores foi aprovado por unanimidade, apesar das reticências de PSD e PCP ao artigo 114º que consideram inconstitucional. Irá Cavaco Silva vetar politicamente o diploma, ou remeter para o Tribunal Constitucional um pedido de fiscalização do polémico artigo? Eu aposto nesta última hipótese, afinal ao P.R. também não interessa uma derrota política, bastaria o diploma voltar à A.R. e ser aprovado para a promulgação ser obrigatória, já em caso de declaração de inconstitucionalidade a conversa é outra, recordo que o mesmo não foi apreciado na decisão anterior, por tal não ter sido solicitado então por Cavaco Silva neste artigo em particular.

        -Leonel Carvalho, secretário-geral do Gabinete Coordenador de Segurança, coloca o dedo na ferida, por mais que custe aos pensadores ideológicos e doutrinários da ditadura do politicamente correcto, o aumento da criminalidade violenta está relacionado com a imigração, embora não se deva confundir a parte com o todo, a esmagadora maioria dos estrangeiros que procuram Portugal para trabalhar, são pessoas de bem, e devem ser respeitados e integrados sem qualquer discriminação, mas a minoria que vem pelas piores razões, deve ser perseguida, reprimida, punida e expulsa. Não temos que contemplar com criminosos, bastam os que cá temos, que diga-se de passagem, devem também ser retirados da sociedade e encarcerados em celas.

        -Existem registos de imagem, em tempos Álvaro Cunhal afirmou perante câmaras de televisão que Mikhail Gorbatchev não seria bem vindo na Festa do Avante, pela desgraça que em seu entender tinha provocado ao mundo, com a perestroika e a glassnost. Hoje no Avante, Roger Keeran e Thomas Kenny, explicam-nos que o crescimento económico da URSS começou a abrandar com Kruchov, e a traição da cúpula que levou á desagregação do império. Vale a pena ler na integra o artigo.

        -Julgo que esta seria uma boa altura para o BCE cortar na taxa de juro, o que poderia acalmar os mercados, mesmo estando a Euribor cada vez mais afastada da taxa directora, porque os bancos não estão dispostos a correrem grandes riscos na concessão de novos créditos, não existindo no horizonte qualquer ameaça inflacionista, bem pelo contrário, a diminuição da actividade económica poderá levar a uma recessão, caso particulares e empresas não consigam honrar os actuais compromissos, motivados pela subida dos custos com os créditos actualmente existentes. A descida da cotação das matérias primas nos mercados internacionais, com enorme peso para o petróleo, poderá não ser suficiente para evitar uma crise à escala europeia, se a instabilidade e a incerteza permanecerem no horizonte.