-Em primeiro lugar os portugueses não deixarão de praticar no próximo fim de semana o seu desporto favorito, passear com a família, mesmo que apenas ao centro comercial mais próximo, em segundo lugar, porque ninguém deixará de abastecer na véspera, antecipando a facturação das gasolineiras, já para nem falar que todos quantos precisarem de abastecer no sábado, estarão provavelmente pouco receptivos a deixar o seu automóvel estacionado à porta de casa. Esta iniciativa da DECO, parece-me inútil, e condenada ao fracasso.

       -Todos os anos o cenário repete-se, caiem as primeiras chuvadas, basta vir algo mais forte, instala-se o caos nalgumas cidades portuguesas. Não estamos a falar de fenómenos meteorológicos extremos, mas negligência ao nível da limpeza nas vias públicas, esgotos entupidos, e outros factores cuja responsabilidade poderia e deveria ser apurada, se Portugal não fosse um país de brandos costumes, onde a culpa sistematicamente morre solteira. Tivéssemos nós uma Justiça célere, e legislação que obrigasse os responsáveis políticos a indemnizarem os lesados, e certamente que ao nível autárquico, estas situações seriam acauteladas, assim sai mais barato desviar o orçamento para inaugurações de obras inúteis, e esperar que nada aconteça no actual mandato, é sempre a lógica de deixar os custos para quem vier a seguir.

       -A intervenção do estado na economia, injectando liquidez nos mercados mas não na disponibilidade que os bancos possuem para conceder empréstimos, resolve alguns problemas institucionais, mas impede o afastamento do mercado de quem deveria ser penalizado, continuando a bolha especulativa e o risco, com o consequente aumento nas taxas de juro. As bolsas reagem em alta, é a tal privatização do lucro face à socialização do prejuízo. A tendência deverá manter-se, apesar da baixa do preço do petróleo, e redução da inflação.

       -Pedro Santana Lopes sabe que dispõe neste momento de poucos apoios no PSD, os seus objectivos não serão imediatos, mas de longo prazo, sempre que até hoje alguém vaticinou o fim da sua carreira política, foi obrigado a admitir que o homem possui uma capacidade de sobrevivência notável. A estratégia de PSL passará por eventualmente conquistar uma autarquia, mostrar solidariedade institucional com a actual liderança, interessando-lhe colocar exigência no resultado expectável para o partido, pedir a vitória e não considerar como positivo apenas a retirada da maioria absoluta ao PS, permitindo-lhe sentar-se á mesa no dia do ajuste de contas, com outros críticos de Manuela Ferreira Leite obviamente, para a noite das facas longas que se seguirá a uma eventual vitória socialista.