-José Sócrates foi eleito com uma expectativa de competência, prometendo terminar com as trapalhadas anteriores, e finalmente traçar um rumo para o país. Passados 3 anos e meio, verificamos que apesar dos musculados discursos iniciais, afrontando diversos sectores corporativos, dos lobbies farmacêutico ás férias judiciais, prometendo reformar o ensino, acabando apenas por introduzir uma deficiente avaliação aos docentes, melhor que nada concordo, mas o ensino público continua um desastre, a reforma da administração atirada para as calendas, na saúde foi a cedência à consciência moral do PS em toda a linha, a verdade é que este governo é uma nulidade total. Num país pequeno, periférico, seria obviamente impossível escapar à conjectura internacional, mas teria sido responsável e avisado informar atempadamente os portugueses das nuvens negras que se vislumbravam no horizonte, em lugar de constantemente apresentarem previsões baseadas em cenários irrealistas, sistematicamente corrigidos em baixa pouco tempo depois. Escutando hoje o discurso de José Sócrates, fiquei com a sensação que estaria a referir-se a outro país que não Portugal, sobre os méritos da sua governação, talvez o PM passe algum tempo no second life. A tragédia é a falta duma alternativa, á esquerda do PS a irresponsabilidade é total, á direita existe um mimo, concordando no essencial com a política governamental, ao ponto de não apresentar qualquer proposta alternativa, e um moribundo, que em rigor nem sabemos se não terá já finado, esquecendo-se de comunicar o encerramento. Pobre país, cada vez mais um deserto.