-Não pretendendo comentar em concreto a decisão Judicial, como de resto nunca o faço, mais uma vez a Justiça sai chamuscada num processo mediático, à semelhança do caso Casa Pia. Há que respeitar as normas processuais, sob pena do Estado começar a pagar indemnização atrás de indemnização, sempre que ocorre algum caso mais mediático. Assim de memória ocorrem-me uma meia dúzia ainda a decorrer, que podem vir a conhecer o mesmo desfecho, embora a sentença do Tribunal da Relação do Porto, que condena o Estado a pagar 20 mil Euros a Pinto da Costa, ainda seja passível de recurso para o Supremo Tribunal de Justiça.

       -A cada intervenção governamental, a pretexto de supostamente defender o consumidor, o resultado é sempre igual, desastre para os nossos bolsos, foi assim com os arredondamentos à milésima, é assim com a taxação ao segundo das comunicações, será assim no próximo sector que algum político se lembre de demagogicamente encarregar uma qualquer entidade de legislar. O mercado funciona, as empresas adaptam-se, o consumidor acaba sempre a pagar custos acrescidos. O eleitoralismo sai caro, deixem a economia em paz!

         -Desta vez a Reserva Federal absteve-se de intervir, e socializar os prejuízos, como vinha fazendo desde há alguns meses, sempre que uma instituição financeira ameaçava encerrar portas, como o Bear Sterns. A falência do Lehman Brothers, será um sinal para todas as administrações, que o mercado funciona, e decisões de risco podem ter consequências no futuro, ao nível da sobrevivência das próprias instituições. Obviamente que por cá em Portugal existe quem se escandalize e considere obscenos os lucros do sector bancário, defendendo nestas situações a intervenção estatal, o pudor impede-os de afirmarem o que na realidade pensam, para eles o sector financeiro deveria estar nas mãos dos governos, peditório para o qual já demos com os desastrosos resultados conhecidos, quando no PREC se nacionalizou a banca e seguros.

Actualização: O BCE faz ainda pior, injectando dinheiro nos mercados financeiros, o que provoca a sua desvalorização, empobrecendo-nos a todos.