-Ao decidir alterar apenas uma linha, no sentido de clarificar o artigo relativo à compensação de créditos, respeitante à Lei do Divórcio, o PS coloca pressão sobre o Presidente da República. Por um lado, oferece a Cavaco Silva a hipótese dum novo veto político, por outro é claro, ao enviar para Belém o sinal que obrigará à promulgação, fazendo valer a maioria no parlamento, se tal for necessário. Resta agora aguardar pela aprovação do diploma na A.R., e pelo prazo que o chefe de estado tem ao seu dispôr.

     -Alguém me explica a razão, porque a GALP demora mais tempo a reduzir o preço dos combustíveis, com o valor do petróleo em queda nos mercados internacionais, do que a rápida subida quando a matéria prima valorizou há poucos meses? Nestas alturas surgem sempre contas um pouco mais complicadas, como a valorização do dólar, relembro que a desvalorização ajudou a amortecer a subida do preço. Tenho para mim, que o problema é mesmo o controlo estatal da empresa, o exclusivo da refinação, e a esmagadora quota de distribuição, que impedem uma verdadeira concorrência. E as receitas da taxa "xerife de Nottingham", alguém se lembra?

       -O governo estará representado na inauguração do Tróia Resort, através de Manuel Pinho, aliás não poderia deixar de o fazer, mas José Sócrates desta vez não estará presente, naquele que é um projecto estruturante para o maior grupo económico nacional. As relações entre PS e Sonae já foram de facto melhores. A Querqus como sempre, contesta, ainda não os vi concordarem com qualquer projecto ou infra-estrutura.

       -Manuela Ferreira Leite fez ontem a sua rentrée política, proferindo o tão aguardado discurso, diga-se um bom discurso em termos de crítica ao governo, apontando erros. É a primeira tarefa da oposição, e ninguém a poderá criticar face ás preocupações que apontou, da economia á segurança. Mas uma coisa é apontar erros, divergir do executivo, o papel natural da oposição, outra bem diferente será construir uma alternativa, afirmar ao país não apenas que o caminho que está a ser seguido é mau, mas afirmar que existe outro melhor, e indicar qual. O próximo O.E. será já uma oportunidade de percebermos se a actual liderança do PSD tem algum projecto, ou está apenas passando o tempo, na expectativa que o poder lhe caia do céu.