-Os principais políticos europeus, quer os que agora são governo nos respectivos países, quer a maioria esmagadora dos que se encontram nas oposições tardam em perceber os sinais que os povos lhes enviam, cada vez menor participação nas eleições europeias, um cada vez maior distanciamento entre eleitos e eleitores. Provavelmente se fizessem nos 27 estados em simultâneo um referendo perguntando se alguém desejaria sair da U.E. estou convencido que ninguém quereria tal hipótese, tenho dúvidas em relação a 2 países, os outros 25 inquestionavelmente permaneceriam na União, é um capital político que não deve ser esbanjado, talvez o único que ainda reste verdadeiramente a Bruxelas. A construção e aprofundamento Europeu não deve nem pode ser feita de costas voltadas ao cidadão, pelo contrário, será começando por introduzir algumas noções de cidadania e partilha que levem ao aparecimento duma identidade europeia, algo que manifestamente por agora não existe. Ao invés o que tem sido tentado é começar a construção da casa pelo telhado, uma constituição ou algo parecido a quem a não pretende e dela não necessita, recusando-a sistematicamente através do voto, ao qual pretendem agora, pelo menos os sinais vão nesse sentido, tornear a questão de forma mais ou menos habilidosa. Não aprenderam nada, se continuarem neste caminho, um dia será tarde, quando os povos até a União Europeia recusarem.