Há uns dias, mais concretamente no início do mês previ que Manuela Ferreira Leite iria ganhar as eleições no PSD obtendo cerca de 40% dos votos, Passos Coelho ficaria em segundo com cerca de 35% e Santana Lopes em terceiro a rondar os 20%. Não tive por base qualquer sondagem ou estudo de opinião, apenas troca de impressões, e a minha intuição pessoal, vale o que vale, ou seja praticamente nada, no máximo tanto como qualquer outra. Mas tenho observado uma crescente dinâmica na candidatura de Passos Coelho, fossem as eleições decididas na blogosfera ganharia com maioria absoluta, ao contrario de Santana Lopes que não consegue mobilizar apoios nem entusiasmar, e caso se verifique alguma transferência de votantes de Santana para Passos Coelho, este poderá inclusivé encostar percentualmente em Manuela Ferreira Leite, e colocar-lhe um grave problema em termos de legitimidade, ou até ultrapassá-la, dado que a sua candidatura também não galvaniza, julgo mesmo que dificilmente conseguirá convencer novos militantes a aderirem, a estratégia passará por segurar todos aqueles que numa primeira hora apostaram no seu passado e curriculum como forma de reunificar e credibilizar o partido, mas terá ficado por aí. Passos Coelho por contrário tem vindo a crescer, sente-se, no discurso, primeiro procurou demarcar-se dos outros candidatos, neste momento enfrenta-os sem problemas colocando-lhes questões e marcando diferenças, é também aquele que melhor marca uma agenda política de oposição ao PS, em particular ao engº Socrates, propondo uma saída gradual do estado na economia, uma flexibilização progressiva da legislação laboral, não se afirmando de centro esquerda mas de centro direita o que é uma manifesta diferença a M.F.L., mais próximo aqui de Santana Lopes, mas com um discurso mais credível e afirmando um projecto, e não apenas procurando agendar uma revanche com a História. Por todas as razões que acima enunciei continuo a atribuir o favoritismo a M.F.L., mas abrindo a porta a uma surpresa por parte de P.P.C., que a verificar-se também recuperaria para o partido a credibilidade e seriedade na acção política, desde que alguns dos seus apoiantes não sejam promovidos a porta-vozes, vice-presidentes ou algo semelhante, com a agravante de algumas vozes historicamente dissonantes, as chamadas "elites", perderem elas a legitimidade e credibildade perante os militantes que manifestamente por mais que tentem não conseguem representar. Pedro Passos Coelho que era visto até aqui como uma espécie de reserva do partido, esperança para um futuro a médio prazo poderá ser aquele que no presente tem melhores condições para reunificar o PSD, não hostilizando uns nem outros, quer as "bases populistas" quer as "elites intelectuais" poderão aceitar uma sua eventual vitória sem drama, estando ao seu lado no dia seguinte á eleição, até incorporarem alguns membros na sua comissão política, algo que será impensavel quer para Santana Lopes ou Manuela Ferreira Leite. Se os militantes apanharem este pressentimento, fartos de guerra de guerrilha, lutas e divisões internas, a candidatura de Passos Coelho poderá mesmo sair vitoriosa.