Intervenção no Iraque divide candidatos à liderança do PSD
-Parece-me pouco relevante que os actuais candidatos á liderança do PSD comecem agora a discutir se a intervenção militar no Iraque foi ou não justificada. Aconteceu, é passado, tornou-se imutável. A questão que nesta altura se coloca apenas tem que ver com a manutenção das tropas no Iraque, bem como o que fazer a seguir. Aproximando-se o final do mandato de George W. Bush, e com ele a mudança de inquilino na mansão de Pennsylvania Avenue, venha ela a ser ocupada por McCain ou principalmente por Obama, nada será como dantes. Principalmente caso seja o candidato democrata a ser eleito, podem os europeus criticar, berrar á vontade, que em caso de retirada norte-americana ficará instalado o caos naquele território, e com ele a questão não será o baril de petróleo chegar aos 200 dolares, mas talvez aos 250, isto para me manter algo optimista. Podemos andar eternamente a discutir os erros da administração W.Bush, mas se Obama fizer o que prometeu, levar os rapazes para casa, a U.E. e a NATO serão obrigadas a repensar a sua estratégia muito "clean", muito politicamente correcta, ou a actual crise dos mercados financeiros parecerá um paraíso face á realidade que as políticas sociais e económicas europeias serão obrigadas a enfrentar quando o preço do barril de petróleo disparar livremente. É neste contexto, e face ao mesmo, que a questão pode ser discutida de forma séria, agora virem afirmar arrependimentos ou culpabilizarem-se uns aos outros, será já um pouco tarde. O país espera de Manuela Ferreira Leite, Passos Coelho e Santana Lopes, que afirmem o que pensam ser o melhor caminho face á defesa dos interesses portugueses, sobre a actual situação no Iraque, mas ponderando todas as consequências sobre a opção que vier a ser tomada. Já agora, o PS e o engº Socrates também poderiam opinar sobre o assunto, e não apenas criticar as decisões de 2003.