-Muito se tem discutido sobre a questão dos cigarros que José Socrates, Manuel Pinho e outros membros da comitiva governamental terão fumado a bordo dum avião TAP a caminho da Venezuela, eu próprio dei a minha modesta contribuição escrevendo uma meia dúzia de posts sobre o assunto, mas agora que a poeira assentou, convém reflectir um pouco sobre o assunto. Em primeiro lugar estou-me um pouco nas tintas para o facto de se ter fumado a bordo, para ser honesto aproveitei o ensejo para atacar o primeiro-ministro, na verdade aproveito todas as oportunidades para bater em qualquer membro do governo ou do grupo parlamentar que o suporta, embora não tenha sido eu quem criou tal oportunidade, nem a mesma foi invenção jornalistica, aconteceu mesmo, quantos não terão feito como eu? Também acorreu a dar a sua contribuição para este peditório a brigada anti-vício, composta por zelotas guardiões da normalização e bons costumes no sec XXI, com o DGS Francisco George á cabeça, embora tenha feito menos barulho que apenas por uma cigarrilha fumada num casino em noite de reveillon, percebe-se o constrangimento, afinal o lugar que ocupa é de nomeação, outros houve, socialistas incluidos, para quem o fundamentalismo falou mais alto e nem pelo seu lider partidário tiveram respeito. O que não vi foi ninguém colocar em discussão a proibição de fumar, enquanto ex-fumador a questão agora passa-me ao lado, deixei de fumar em Abril 2004, mas ainda recordo o sofrimento que passei em voos transatlânticos impedido de fumar. Para mais quando existe a possibilidade técnica de equipar os aviões com zonas isoladas para fumadores, ainda que argumentem com os custos de tais equipamentos, respondo que obviamente o seu custo deveria ser repercutido no preço dos bilhetes nos lugares de fumadores é claro. A maior crítica que faço hoje a José Socrates é não lutar pelos seus direitos enquanto fumador, preferindo apresentar um pedido de desculpas públicas, afirmando que irá deixar de fumar, acho muito bem que o faça, tal como eu próprio consegui fazê-lo, mas por boas razões, pela sua saúde, sem renegar aqueles que tal como ele são viciados.