-Nesta questão das eleições directas muito se tem falado em generais com ou sem tropas, no caso de Pedro Passos Coelho utilizar-se o termo general seria um manifesto exagero, ficaria bem melhor a comparação com um capitão, mas cujo único pelotão que comandou ainda ocupava o posto de aspirante, dando então instrução aos jovens na JSD, embora com excelentes resultados. Convém apesar de tudo mesmo assim não cair em exageros, é certo que a liderança de Passos Coelho conduziu a JSD a grande protagonismo, e á maior representação parlamentar de sempre, mas tais resultados não podem ser dissociados da 2ª maioria absoluta de Cavaco Silva, a maior de sempre, quando o PSD dominou todo o aparelho de estado. Mas Pedro Passos Coelho depois de algum período de afastamento da vida política activa, regressou á comissão política da liderança de Marques Mendes, com o qual acabou por sair incompatibilizado, reaparecendo no último congresso de Torres Vedras, com um discurso para conquistar terreno para si próprio em tempos futuros. Não pensaria que tal tempo chegasse tão cedo, mas as circunstâncias obrigam-no a apresentar-se ás directas, julgo que ainda sem o objectivo de ganhar, embora muitos elementos próximos de Luis Filipe Menezes desejem entregar-lhe a vitória, a qual seria um presente envenenado, pois julgo não estar errado se afirmar que Passos Coelho ainda não tem uma clara estratégia de liderança, muito menos apoios crediveis, para conseguir derrotar eleitoralmente José Socrates. No entanto o filho de Luis Filipe Menezes aparecer como mandatário, Marco António ter deixado escapar que muitos autarcas e presidentes de junta o apoiam, poderá guindar Passos Coelho a um resultado totalmente inesperado, julgo que ficará á frente de Santana Lopes, podendo mesmo ganhar, o PSD é sempre uma caixinha de surpresas. Para mais uma vitória de Passos Coelho seria uma tripla vitória de Menezes, arrumava de vez com Santana Lopes, embora tenha 7 vidas políticas, acabava com o mito Ferreira Leite, calava os notáveis e dificultava muito a vida a Rui Rio em 2009, e lançando agora Passos Coelho para defrontar Socrates, em caso de nova maioria socialista, queimava uma alternativa que muitos apontam como credível lá mais para diante, deixando-o a ele, Menezes, numa boa posição para recuperar o partido em 2009. Caso nessa altura ainda exista PSD.