La démocratie donne toute sa valeur possible à chaque homme, le socialisme fait de chaque homme un agent, un instrument, un chiffre. - Alexis de Tocqueville
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Nov 08
publicado por António de Almeida, às 09:43link do post | comentar

      -Sou favorável a uma avaliação dos professores. Considero inaceitável e aberrante que alguém possa progredir numa carreira por antiguidade, é imoral que um medíocre com 20 anos de serviço esteja mais bem remunerado do que um excelente profissional que apenas desempenha funções há 10 anos. Mais, a escola deveria a meu ver poder escolher o seu corpo docente, obviamente que o recrutamento teria de ser feito no quadro dos professores existentes, o que já seria uma forma de avaliar, porque as escolas iriam competir entre si por recrutar os melhores, afastando os menos vocacionados que se encontram a dar aulas porque não encontraram ainda nada mais interessante para fazer, e os clientes habituais do absentismo que continuam a existir. No entanto fui recolhendo informações e opiniões que me permitem afirmar que o método de avaliação proposto pelo governo, é excessivamente burocrático, algo confuso, pouco prático, desviando os professores do seu lugar natural que é a sala de aula, para realizarem trabalho de secretaria. Pior, o actual modelo esconde um objectivo de contenção de custos visando reduzir a massa salarial, não me choca de forma alguma penalizar os maus, mas gostaria de ver reconhecido o mérito premiando os bons. A consequência do que acima defendo será a necessidade de alterar o método de avaliação em vigor, defendê-lo é persistir no erro, teimosia nada tem que ver com determinação, pelo que a ministra deveria em meu entender mostrar abertura para o diálogo, nomeadamente com as organizações efectivamente interessadas no aperfeiçoamento do sistema de ensino, excluindo obviamente aqueles que apenas pretendem defender um corporativismo instalado que não leva a parte alguma, estou a falar é claro de alguns sindicalistas que por ali parasitam há muitos anos. Gostaria de ver os professores recuperarem um prestígio que perderam na sociedade, a autoridade na escola, que não deve ser confundida com autoritarismo, mas vivemos num tempo em que a infâmia se tornou frequente, quase diariamente nos chegam relatos de agressões de alunos ou familiares a professores ou colegas, sem que daí resulte qualquer punição adequada, preconceitos ideológicos impedem a expulsão, e agora até há quem queira impedir a reprovação, a sanção mais grave em que um aluno incorre é ser compulsivamente transferido. Hoje mais de cem mil pessoas entre professores e familiares irão sair á rua demonstrando uma classe unida contra uma legislação injusta, nem todos pelos melhores motivos, mas caberá à ministra a partir de 2ª feira separar o trigo do joio se quiser de facto negociar, ou manter todos contra si se persistir no autismo.


Bom senso, bom post.
http://bandeiranegra1.wordpress.com/2008/11/08/com-esta-corporacao-ate-eu-defendo-a-tia-milu/.
Spartakus a 8 de Novembro de 2008 às 10:51

A Ministra não lê o DdO. A escolha está feita.

Se o modelo é mau para a classe (coisa que não discutimos), porque raio aceitou, o ano passado, a plataforma sindical que representa essa mesma classe aquele mesmo modelo?... Verdade seja dita, é uma péssima imagem, de pessoas sem palavra ou, qual das duas pior, profissionais sem ética, que os professores (ou os seus representantes...) estão a dar de si mesmos...
Draculea a 8 de Novembro de 2008 às 21:49

-Distingo entre um modelo que se revelou burocrático, deve ser revisto e simplificado, e alguns profissionais do sindicalismo corporativista, do pior que existe no ensino em Portugal. Ali juntaram-se diversos interesses, os que pretendem melhorar a avaliação com aqueles que não querem qualquer avaliação. Daí que a ministra deveria mostrar abertura para melhorar o modelo, ou mesmo substituí-lo, mas com um princípio, haverá avaliação.

Quando as pessoas nada sabem ...nem deviam sequer comentar!
Eu fui avaliada no ano anterior porque sou uma professora contratada...a questão é que fui sujeita a uma avaliação simplificada que nada tem a ver com "esta avaliação"...daí os sindicatos terem concordado.
Infelizmente ...as pessoas acreditam em tudo aquilo que a Sr. ministra diz...mesmo que tal não corresponda à realidade.
Eu passo os meus dias numa escola e sei perfeitamente daquilo que falo! Só nós sabemos o que temos passado...
Continuamos a levar pontapés de pessoas que por ódio...ou nem sei muito bem porquê...continuam a maltratar os professores...
Por favor...antes de criticarem...informem-se!
kyahara a 8 de Novembro de 2008 às 22:35

Não colocamos em causa o que diz: sabemos que a figura do professor é das mais mal-amadas e mal-aproveitadas (e desrespeitadas) da sociedade portuguesa. Mas o facto de tudo isso ser verdade (e não precisamos passar pelo que você passa diariamente, felizmente temos espírito crítico o suficiente) não é razão para a verdadeira trapalhada em que os interesses sindicais vos envolveram. Se não concordar, está no seu direito, mas por favor, não desvie o assunto: falamos do modelo de avaliação e da posição por vós tomada o ano passado e agora, não de tudo o resto. E em relação àquilo, o que mudou entretanto?
Draculea a 8 de Novembro de 2008 às 22:57

A questão é que este modelo de avaliação é impossível de aplicar nas escolas.
Os avaliadores também são professores...e querem continuar a ser...o que é impossível, dada a carga de trabalho que terão com todo este processo.
Para além de ser muito injusto...
È normal um professor com doutoramento ser avaliado por um professor de 2º ciclo?
É normal um professor de Tic avaliar um professor de Matemática ou física e química?
Será que o que andei a fazer na faculdade durante 7 anos (licenciatura + mestrado) não tem valor nenhum?
Eu defendo uma avaliação...mas não injusta desta forma...
Não deveriam ser pessoas formadas em Ciências da educação os avaliadores?
Não seria tudo muito mais justo?
Há tanta coisa mal na avaliação, que as pessoas desconhecem!

A avaliação simplificada do ano anterior é muito menos injusta...não será suficiente...não é uma boa opção?
kyahara a 8 de Novembro de 2008 às 23:14

-Uma avaliação, de professores ou qualquer outra classe profissional deve ser tão simplificada quanto possível. Ninguém defende, julgo eu, levar ao exagero, mas pelo diálogo que fui travando com professores, nomeadamente alguns que até são favoráveis à avaliação, este modelo é excessivamente complexo e burocrático. Seria importante que o principal partido da oposição para lá de criticar a ministra apresentasse uma proposta alternativa, separando aqueles que estão contra esta avaliação daqueles que estão contra qualquer avaliação.

António, quando diz que “seria importante que o principal partido da oposição para lá de criticar a ministra apresentasse uma proposta alternativa”, só podemos concordar consigo! Uma das três grandes questões deste tema é exactamente o aproveitamento político (política ignóbil) dos partido da Oposição (mas se de uns e outros, infelizmente, não podemos esperar nada mais do que crítica pura, populismo barato sem qualquer alternativa credível, de outros, com maiores responsabilidades, já esperámos outra coisa – parvos somos nós, bem o sei). As outras duas questões são:
O modelo de avaliação (que é algo cuja necessidade e premência ninguém pode contestar) não é o ideal, e a Ministra não épropriamente, à imagem do restante Governo, um modelo de diálogo; há locais próprios para tal ser debatido. Quanto à senhora, Sócrates mantém a confiança nas suas capacidades; quanto ao modelo, deve ser acordado entre Ministério da Educação e professores, através dos seus representantes sindicais. E a porra (eis a terceira questão) é que essa forma de avaliação já foi concordada! E se o Governo mantém e cumpre aquilo que acordou, questionamos nós: porque carga d’água não o cumprem os professores!? Se os sindicatos concordaram com algo que os professores não aceitam, o caminho é mudar quem dirige os sindicatos; se os sindicatos não são representativos das posições dos seus afiliados, que raio andam fazendo?!
Draculea a 9 de Novembro de 2008 às 20:29

É pá, isso é que não!
Tipos das Ciências da Educação é que não.
São os grandes culpados pelo estado a chegou a Educação!
Assim, até preferia o que está!!!

Eu também sou favorável a que cada escola possa escolher os seus docentes, pelos mesmos motivos, mas não concordo com a suspensão da avaliação nos moldes actuais porque considero que é melhor esta avaliação do que nenhuma avaliação. Não consigo compreender este boicotar constante dos modelos de avaliação (bem com outras mudanças instituídas pela actual ministra da educação, por exemplo, as luta contra as aulas de substituição); a não ser como defesa de uma condição corporativa que revolta todos aqueles que não são professores (exs.: horas lectivas progressivamente mais baixas à medida que a carreira avança; reformas ainda em baixa idade e elevadas; período de férias alargados, etc.). É preciso separar – e não misturar – o trigo do joio, e isso, obviamente, só se consegue com a promoção do mérito – daí a necessidade urgente e inadiável de avaliação. É preciso entender que o processo de avaliação não é perfeito, mas que é um processo evolutivo e que certamente melhorará com o passar dos anos, tornando-se menos burocrático e mais justo. Ora, é preciso dar-lhe uma oportunidade. Os professores estão, mais uma vez, a demonstrar ser uma força de bloqueio da mudança, e a sua imagem fica cada vez mais danificada, porque lutam contra aquilo que é justo. Não estamos sempre a reclamar mudanças no nosso país, que não evoluímos e não nos desenvolvemos. Mas, quando existe a oportunidade de mudança, não a aproveitámos, nem apoiámos, apenas criticámos; não é certamente este o caminho. Por isso, também quero deixar aqui uma palavra de apoio e admiração pela ministra da educação, que tem sido obstinada na sua luta pela mudança, contra toda uma classe, mas, também acredito, com o apoio de muitas pessoas no nosso país. A sua coragem política tem sido louvável, sendo, na minha opinião, a estrela deste governo. Espero vê-la levar a sua adiante, porque será muito positivo para o país e, num futuro próximo, de vê-la como candidata a chefe de governo, sendo que contará certamente com o meu voto, se mantiver a firmeza e convicção demonstradas até agora.
JS a 8 de Novembro de 2008 às 23:04

-Estamos em grande parte de acordo, o modelo de avaliação não precisa de ser suspenso, basta mesmo ser revisto, o que não se fará em horas, mas demorará relativamente pouco tempo a fazer. O problema é que também não se avalia pelos resultados obtidos, porque existe uma tendência de evitar apurar resultados para passar de ano todos os alunos. Uma política de educação errada contribui para uma avaliação pouco séria e a própria falta de valorização da carreira docente.

Daquilo que me é dado a conhecer (e que será quase tanto quanto é possível a um professor, enquanto afectado, enquanto interessado, ver), vejo duas perspectivas gerais principais em relação a esta "guerra": ou o modelo é realmente inadmissível; ou os professores não lhe estão a dar a mínima hipótese de aplicação.
Quanto à primeira, o modelo de avaliação constituiria apenas mais uma ferramenta de redução de custos salariais e de controle de uma classe profissional (no caso, importantíssima a nível social), além de mais um meio para, indirectamente, forçar os "bons resultados" escolares.
Quanto à segunda, os professores, ora acomodados, ora manipulados por sindicalistas profissionais (aqui há dias, prognosticava-se na rádio o futuro sindicalista do Mário Nogueira, que tinha "ambições de chegar a líder" de uma das centrais), ora um bocado de tudo, unir-se-iam contra um modelo que, bem vistas as coisas, nem teve tempo para ser testado, muito menos melhorado.
Há ainda uma terceira via: o modelo é mau e os professores são um lobby como tantos outros. De todo o modo, 120 mil pessoas na rua não há-de ser puro acaso.
Por outro lado, não acho que se deve misturar o inegável desrespeito que hoje, e desde há muito pouco tempo para cá, há para com a classe docente, seja por parte de alunos, seja, pior ainda, por parte dos pais. Uma coisa são os professores enquanto assalariados perante o empregador, outra coisa são os professores dentro das salas de aula perante os alunos.

Uma coisa são os professores enquanto assalariados perante o empregador, outra coisa são os professores dentro das salas de aula perante os alunos.

-O Estado, simultaneamente empregador e legislador, através da sucessiva cultura de facilitismo procurando que ninguém seja reprovado e terminando com expulsões a castigar actos de indisciplina, muito contribuiu para o desrespeito para com os professores.

Isso também é verdade, António de Almeida. Terá sido propositado? Isto é, será conveniente ao Governo (diferente de Estado) que se desconsidere a classe docente? Ou será que criar um contexto de desrespeito para com os professores foi/é um dano colateral, um mal menor, uma inevitabilidade decorrente de outros objectivos governamentais? Das duas, três...
De qualquer modo, neste caso embrulham-se outros factores, como a (a meu ver) má representação sindical dos professores - que peca por simplista, por maniqueísta, por mediatizada. Mas talvez só assim seja possível conseguir adesões destas...
Longa vida ao DdO.
André Campos a 10 de Novembro de 2008 às 00:43

"Há ainda uma terceira via: o modelo é mau e os professores são um lobby como tantos outros": na mouche...
Draculea a 9 de Novembro de 2008 às 20:34

Mistura-se o trigo e o joio? - IV
Vai nanar
Anónimo a 9 de Novembro de 2008 às 10:20

Em Paços na horizontal houve muito bons.
Essa é a verdadeira avaliação
Ab
Anónimo a 9 de Novembro de 2008 às 10:22

Menos 120000votos
Deus Nosso Senhor te dê Boas Vistinhas Socrates.
Vai vai Maioria
Anónimo a 9 de Novembro de 2008 às 10:24

Lembre-se que a maioria destes 120000 votou nele nas últimas eleições.
Atitude precipitada da Ministra na resposta à Manif.
Desta vez Maioria não a vês
Anónimo a 9 de Novembro de 2008 às 10:28

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