Código Trabalho: Bagão Félix esperava mais alterações e maior coerência
-Bagão Félix, ex-ministro do trabalho, lembra bem a falta de coerência socialista, que na oposição faz o discurso da terra queimada, para no governo manter o essêncial da política alheia. Pior, o projecto do governo vem agravar os problemas da economia portuguesa, a pretexto de combater a precaridade, introduz legislação avulsa que supostamente penalizará as empresas, mas na realidade, directa ou indirectamente, os aumentos das contribuições para a segurança social acabarão a ser pagos pelos trabalhadores, já que as empresas irão ajustar as parcelas mantendo o valor total do custo da mão de obra. Quando se afirma que todos têm direito á segurança no emprego, e que mais de um milhão de trabalhadores são precários, alguém sabe exactamente quantas empresas nacionais são PME's, que lutam por sobreviver diáriamente em condições tanto ou mais precárias que os seus trabalhadores? Exceptuando os que defendam o regresso á economia corporativa dos tempos de Salazar, ou a nacionalização das empresas, alguém me explica como poderá um trabalhador numa empresa á beira da falência ter segurança quanto á manutenção do seu posto de trabalho? Querem fomentar o crescimento económico, e aumentar a competitividade das empresas? Baixem a carga fiscal, e flexibilizem alguma da legislação, o que diminuirá o receio dos empresários em contratar, é o único caminho possível para combater o desemprego. E por fim, resolvam com celeridade os conflitos judiciais que são objecto de recurso á justiça, não é admissivel que os casos se arrastem anos pelos tribunais.